Durante o depoimento, Freire Gomes relatou que Bolsonaro apresentou diferentes hipóteses de utilização de institutos jurídicos, como a GLO, estado de defesa e estado de sítio, em relação ao processo eleitoral. O ex-comandante deixou claro que o Exército não participaria de ações para reverter o resultado das eleições, mostrando sua postura contrária a qualquer tipo de golpe.
O sigilo sobre o depoimento de Freire Gomes foi recentemente levantado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator no Supremo Tribunal Federal do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado por parte de Bolsonaro e seus aliados. Este depoimento coincide com o do ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, que também denunciou uma reunião entre Bolsonaro e os comandantes das Forças Armadas após as eleições de 2022.
Os ex-chefes da FAB e do Exército afirmaram ter se manifestado contra qualquer tipo de golpe, enquanto o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, foi o único a colocar “as tropas à disposição” de Bolsonaro. Freire Gomes confirmou que a minuta de golpe encontrada na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, era a mesma apresentada nas reuniões com Bolsonaro, demonstrando sua preocupação e posicionamento firme contra ações antidemocráticas.
Além disso, Freire Gomes alertou Bolsonaro sobre as possíveis consequências legais de suas ações e chegou a ameaçar prender o ex-presidente caso ele insistisse no golpe de Estado. Estes depoimentos são peças-chave nas investigações em andamento e revelam a gravidade dos acontecimentos nos bastidores do poder. As revelações de Freire Gomes e Baptista Júnior trazem à tona a luta interna dentro das Forças Armadas em defesa da democracia e da legalidade.
