O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantou o sigilo sobre esses depoimentos, que revelaram reuniões no Palácio da Alvorada, onde o presidente apresentou uma minuta de decreto presidencial para se manter no poder após a derrota no segundo turno da eleição presidencial de 2022.
Freire Gomes relatou que foi apresentado a ele um documento golpista durante uma reunião em dezembro de 2022, onde Filipe Martins, ex-assessor da Presidência, leu o teor de um decreto golpista. Baptista Jr. também confirmou ter participado de reuniões em que Bolsonaro discutiu a possibilidade de utilizar institutos jurídicos complexos para lidar com uma suposta crise institucional.
Outro depoimento importante foi o do ex-deputado Valdemar Costa Neto, que confirmou ter sido pressionado por Bolsonaro a apresentar uma ação contra o resultado das urnas eletrônicas no Tribunal Superior Eleitoral. Mesmo tendo entrado com a ação, Costa Neto afirmou que não viu no relatório nenhum indício concreto de fraude.
O general da reserva Laercio Vergilio, por sua vez, mencionou uma suposta “operação especial” para garantir a normalidade no país, sugerindo que Moraes deveria ser preso. No entanto, Vergilio negou participação em atos para planejar a prisão ou um golpe de Estado.
Outros depoentes, como o general Estevam Cals Teóphilo Gaspar e Oliveira, negaram qualquer envolvimento em um golpe, afirmando que suas reuniões com Bolsonaro tinham como objetivo apenas ouvir lamentações do ex-presidente.
Esses depoimentos revelam a complexidade e a tensão nos bastidores do governo, indicando uma possível ameaça à ordem institucional do país. O papel de Bolsonaro e de diversos militares de alto escalão nessas supostas conspirações levanta questionamentos sobre a estabilidade democrática do Brasil.