Esses depoimentos são fundamentais para esclarecer a participação dos militares no suposto plano de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições daquele ano. A solicitação da defesa de Bolsonaro visa atualizar os registros do processo com os “termos de declarações referentes às últimas oitivas realizadas”, incluindo as dos ex-comandantes.
Durante as investigações, diversos investigados foram ouvidos, entre eles ministros e militares que fizeram parte do governo de Bolsonaro. O próprio ex-presidente compareceu à PF para prestar depoimento, mas optou por ficar em silêncio, assim como outros envolvidos, como o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto.
Os relatos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica foram realizados entre o final de fevereiro e o início de março, na condição de testemunhas. Até o momento, a PF não os implicou na suposta trama golpista. O depoimento de Marco Antônio Freire Gomes, que durou cerca de oito horas, é considerado um dos mais importantes para desvendar os detalhes do planejamento do golpe de Estado.
As informações obtidas durante o depoimento de Freire Gomes estão sob sigilo, mas especula-se que ele tenha se defendido alegando ter resistido ao plano golpista e envolvendo Bolsonaro na elaboração de um decreto sobre o golpe. Essas revelações podem ser decisivas para esclarecer a participação e responsabilidade do ex-presidente no suposto plano golpista.