Irmãos Brazão: figuras proeminentes na política do Rio são presos por suspeita de envolvimento nos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Na manhã deste domingo (24), a Polícia Federal realizou a prisão de Domingos Brazão, uma figura proeminente na política do Rio de Janeiro. Conhecido como uma espécie de mentor de seu grupo político, apesar de ser o mais novo entre os irmãos, Brazão foi apontado pelas investigações como um dos autores intelectuais dos homicídios da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes.

Com uma trajetória política que teve início como assessor na Câmara Municipal nos anos 90, Brazão foi eleito vereador em 1997, mas permaneceu no cargo por apenas dois anos. Posteriormente, em 1999, assumiu o cargo de deputado estadual, onde permaneceu por 17 anos, ocupando uma cadeira no Palácio Tiradentes.

No entanto, a carreira política de Brazão foi marcada por controvérsias e envolvimento em diversos escândalos. Em 2010, foi afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE) após ser preso na operação Quinto do Ouro, acusado de corrupção junto com outros membros do tribunal. Apesar das suspeitas de corrupção, fraude, envolvimento com milícias, improbidade administrativa e compra de votos, Brazão nutria a expectativa de retornar à vida política.

A família Brazão sempre exerceu influência na Zona Oeste do Rio, especialmente em Jacarepaguá. Em 2011, Domingos Brazão teve seu mandato cassado pelo TRE-RJ por suspeita de compra de votos, por meio de uma ONG vinculada a ele. No entanto, conseguiu manter seu cargo com uma liminar concedida pelo TSE.

Além disso, Brazão esteve envolvido em outros escândalos, como a máfia dos combustíveis em 2004 e foi acusado de ameaçar uma deputada estadual em 2014. Foi em 2019, porém, que seu nome ganhou destaque nacional, quando a PF o apontou como principal suspeito de ser o autor intelectual dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Apesar das acusações, Brazão sempre negou qualquer envolvimento nos crimes e chegou a ser denunciado por atrapalhar as investigações, mas a Justiça do Rio rejeitou o pedido de prisão. Sua ligação com o caso foi revisitada após a delação de Ronie Lessa, ex-policial militar suspeito de participação no crime.

Não menos importante, Chiquinho Brazão, irmão de Domingos, também foi preso no mesmo dia como um dos suspeitos de ser o mandante da morte da ex-vereadora fluminense. A prisão dos irmãos Brazão marca mais um capítulo na história política conturbada do Rio de Janeiro, revelando conexões perigosas e crimes chocantes perpetrados por figuras com influência na região.

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