Gabriel Couto, analista do Santander, expressa um pouco de pessimismo em relação ao crescimento dos investimentos em 2024. Ele projeta uma alta de 0,5%, devido ao aperto monetário que ainda limita setores como a construção civil. Acredita-se que um aumento mais expressivo no setor de formação bruta de capital fixo só ocorrerá no ano seguinte. Por conta desses fatores, a expectativa é que o crescimento em 2025 seja superior ao de 2024.
A economia brasileira cresceu 2,9% em 2023, no primeiro ano do governo Lula 3, superando as expectativas iniciais. No entanto, a coordenadora do Boletim Macro do FGV/Ibre, Silvia Matos, ressalta que, apesar dos números positivos no PIB, a taxa de juros elevada prejudicou os investimentos no país.
Matos explica que a acomodação nos investimentos era esperada após um ciclo de forte crescimento observado em 2021, impulsionado pelos juros baixos. Além disso, a política monetária contrária aos investimentos em 2023, aliada à incerteza fiscal do novo governo, mantiveram a taxa de juros em patamares elevados por mais tempo do que o esperado.
A perspectiva para 2024 começa a se tornar mais favorável, com setores como o automotivo registrando aumento na absorção de máquinas e equipamentos. Na construção civil, a retomada do programa Minha Casa Minha Vida deve impulsionar os investimentos, com previsão de crescimento de 2,6% neste ano.
Apesar das melhorias no cenário econômico, ainda há fatores que geram cautela entre os investidores, como a falta de definição sobre a alíquota do IVA e a discussão sobre desoneração tributária. A velocidade de retomada das obras de infraestrutura com o novo PAC também é motivo de preocupação, especialmente diante do atual aperto monetário.
Em suma, a expectativa é de uma recuperação gradual dos investimentos nos próximos anos, com desafios a serem superados para garantir um crescimento sustentável da economia brasileira.