A informação foi confirmada pelo embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben. Em uma reunião realizada no Palácio do Planalto, o embaixador pediu o apoio de Lula à iniciativa sul-africana. Alzeben destacou que a posição do Brasil é clara, condenando qualquer tipo de genocídio contra seres humanos, independentemente do apoio público à ação.
O presidente Lula já se pronunciou em diversas ocasiões sobre o conflito em Gaza, e comparou a guerra a um genocídio. Ele também destacou que a ação do grupo palestino Hamas contra Israel não justifica a morte de inocentes. Lula afirmou que o desejo de acabar com a Faixa de Gaza por parte do primeiro-ministro de Israel é uma insanidade.
A Corte Internacional de Justiça é o principal órgão judicial da Organização das Nações Unidas (ONU) e é composta por 15 juízes de diferentes países, incluindo o brasileiro Leonardo Nemer Caldeira Brant. Apesar do peso político, as decisões da corte nem sempre são seguidas à risca, como ocorreu em relação à Rússia e a sua campanha militar na Ucrânia.
A África do Sul solicitou à CIJ medidas cautelares para pôr fim à campanha militar de Israel em Gaza. As audiências para discutir a denúncia estão marcadas para os próximos dias. O embaixador Alzeben expressou sua expectativa de que a ação seja capaz de interromper os ataques israelenses, que já deixaram mais de 22 mil mortos na Faixa de Gaza.
O presidente brasileiro também já havia mostrado sua preocupação com o conflito em Gaza em encontros anteriores com o embaixador da Palestina e autoridades de Israel. A diplomacia brasileira defende uma solução de dois estados, com um Estado Palestino economicamente viável convivendo pacificamente com Israel.
Além disso, a Federação de Palestinos no Brasil está fazendo uma campanha para que Lula apoie a ação na CIJ. A Bolívia também já manifestou apoio público à denúncia apresentada pela África do Sul contra Israel.
Por outro lado, o governo de Israel nega as acusações de genocídio e considera a denúncia na CIJ como infundada. Israel tem afirmado que não vê os residentes de Gaza como inimigos e está fazendo esforços para limitar o dano aos não envolvidos.
O conflito entre Israel e Hamas teve origem em um ataque surpresa do grupo palestino em outubro de 2023, seguido por incursões de combatentes armados e bombardeios por parte de Israel. A guerra resultou na morte de milhares de palestinos, a maioria deles mulheres e crianças, e deixou milhares de feridos e desabrigados. A disputa territorial entre israelenses e palestinos tem raízes históricas e tem sido um ponto de tensão na região.
