A onda de violência que assola o Equador tem raízes na repressão nacional contra grupos criminosos, sendo que o próprio presidente Daniel Noboa declarou estado de emergência em janeiro diante do cenário preocupante. A designação de 22 gangues como grupos terroristas foi uma das medidas adotadas após a invasão de um canal de televisão em Guayaquil e o sequestro de mais de 100 agentes penitenciários por homens armados.
A situação se agravou no último fim de semana com a descoberta dos corpos da prefeita Brigitte Garcia e de Jairo Loor, seu diretor de comunicação, na província de Manabi. Ambos foram vítimas de homicídio por arma de fogo, evidenciando a periculosidade do ambiente em que autoridades locais estão inseridas.
O assassinato de Garcia, que era prefeita de San Vicente aos 27 anos, foi o segundo de um prefeito desde 2023. Agustin Intriago, prefeito de Manta, foi outra vítima, morto durante uma visita a um bairro da cidade em julho do ano passado.
Um dos relatos mais chocantes foi o de Galo Meza, prefeito de Balzar, na província de Guayas, que teve sua casa alvejada com 65 tiros na presença de sua esposa e filho. Esses incidentes são reflexo do clima de insegurança e violência que assola prefeitos em todo o país, levando muitos deles a recorrerem à segurança policial ou contratarem segurança privada.
O presidente da AME, Homero Castanier, destacou que os prefeitos estão enfrentando ameaças constantes e correndo risco de vida, em especial os que atuam em municípios costeiros, considerados mais vulneráveis a ataques. A penetração do crime organizado em diversos setores da sociedade, incluindo as instituições públicas, torna essencial a realização de análises de risco para proteger os gestores municipais.
Diante desse cenário de terror e violência, é crucial que as autoridades equatorianas ajam de forma enérgica para conter a criminalidade e garantir a segurança da população e dos representantes eleitos. A sociedade civil e as instituições públicas devem unir esforços para combater as quadrilhas e narcoterroristas que ameaçam a paz e a estabilidade do Equador.