INTERNACIONAL – Possibilidade de conflito armado entre Venezuela e Guiana preocupa especialistas e levanta questões geopolíticas na América do Sul.

Tensões na Venezuela e Guiana: risco de conflito armado preocupa especialistas

Enquanto a Venezuela se prepara para o referendo deste domingo (3), sobre a redefinição da fronteira com a vizinha Guiana, crescem as especulações sobre o risco de um conflito armado entre os países. Especialistas ouvidos por Agência Brasil destacam opiniões diferentes sobre o assunto e analisam a crise que se instaurou entre os vizinhos na América do Sul.

Para o professor de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Williams Gonçalves, existe a possibilidade de guerra e que ela pode envolver grandes potências estrangeiras. Segundo ele, a questão vai além de uma disputa territorial, envolvendo a riqueza petrolífera na região. Gonçalves ressalta que a Venezuela busca fortalecer sua posição política interna, mexendo em uma questão que conta com apoio tanto do governo quanto da oposição.

Enquanto isso, a Guiana, tradicionalmente um país pobre, tem experimentado um boom econômico nos últimos anos devido à descoberta de grandes reservas de petróleo e gás natural. O Fundo Monetário Internacional (FMI) apontou que a Guiana teve o maior crescimento econômico em 2022, com um avanço de 62,3% no Produto Interno Bruto (PIB).

A situação na região não deixa de preocupar a comunidade internacional. Especialistas destacam que os Estados Unidos têm interesse na exploração do petróleo na Guiana e na derrubada do governo Maduro, enquanto a Venezuela possui sólidos laços com a Rússia e China. Diante disso, há um temor quanto à possível internacionalização do conflito, o que poderia ter desdobramentos explosivos.

No entanto, a professora de geopolítica da Escola Superior de Guerra (ESG), Mariana Kalil, acredita que a postura atual da Venezuela sobre a Guiana atende prioritariamente a interesses políticos internos. Ela considera improvável a ocorrência de uma ofensiva militar, apesar de reconhecer a imprevisibilidade do regime de Nicolás Maduro.

Quanto ao papel do Brasil no caso, os especialistas destacam que o país possui tradição como mediador de conflitos na Venezuela e pode contribuir para evitar a escalada da crise na região. Tanto Mariana Kalil quanto William Gonçalves concordam que o Brasil tem a capacidade de atuar como um interlocutor credenciado na busca por uma solução pacífica para o impasse. O Ministério da Defesa brasileiro informou que tem intensificado suas ações na fronteira norte do país, enquanto o Ministério das Relações Exteriores defende que Venezuela e Guiana busquem uma saída pacífica para a controvérsia.

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