INTERNACIONAL – No encerramento da cúpula, Lula comemora o crescimento do Brics.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou em uma coletiva de imprensa realizada em Joanesburgo, África do Sul, durante a 15ª Cúpula de chefes de Estado do Brics, que o resultado das eleições presidenciais na Argentina, que ocorrem em outubro deste ano, não afetará a relação entre os dois países. Lula afirmou que, independentemente do vencedor das eleições, o Brasil irá negociar com o Estado argentino, pois é um direito soberano do presidente eleito escolher com quem negociar.

A declaração de Lula surge após a vitória do candidato populista de extrema-direita, Javier Milei, nas eleições primárias argentinas. Milei é contrário à entrada da Argentina no bloco do Brics. No entanto, Lula ressaltou que a escolha da Argentina para integrar o bloco não está associada a questões ideológicas, mas sim à importância geopolítica e econômica do país.

Durante a cúpula, o Brics aprovou a entrada de seis novos países no grupo a partir de janeiro de 2024: Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. A decisão de adicionar esses novos países ao bloco foi baseada no critério de atender aqueles que estavam na fila há mais tempo.

Além disso, durante a cúpula, foi acordado que os bancos centrais e ministérios da Fazenda e Economia de cada país serão responsáveis por realizar estudos a fim de adotar uma moeda de referência do bloco para o comércio internacional, como uma alternativa ao dólar. Lula afirmou que uma solução deve ser apresentada na próxima reunião do Brics, que acontecerá na Rússia.

Em relação ao Irã, Lula se encontrou com o presidente Ebrahim Raisi e discutiu a ampliação das relações comerciais entre os dois países. Raisi agradeceu a entrada do Irã no Brics e ressaltou o avanço na produção de equipamentos médicos, ciência e indústria. O Irã foi o maior importador de produtos brasileiros no Oriente Médio em 2022.

Após a cúpula, Lula viajará para Angola, onde realizará uma visita de Estado, e posteriormente seguirá para São Tomé e Príncipe para participar da conferência de chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O presidente Lula enfatizou a importância do Brics como uma referência geopolítica e econômica, destacando que qualquer discussão sobre essas questões deve envolver o bloco, além dos Estados Unidos e do G7. Lula defendeu uma maior cooperação entre os países em desenvolvimento, assim como novos modelos de financiamento, comércio e desenvolvimento. Ele ressaltou que o mundo está mudando e que é necessário se organizar para essas mudanças.

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