Durante a entrevista, o ministro se pronunciou sobre a declaração de Lula em Adis Abeba, na Etiópia, e foi questionado se isso poderia gerar ruído em todas as negociações do G20, fórum sob a presidência rotativa do Brasil até novembro deste ano. Ele ressaltou que sua pasta tem acompanhado com preocupação a situação de desabastecimento de alimentos em Gaza, enfatizando que crianças, mulheres e idosos estão enfrentando um risco muito grande.
O ministro também destacou que a situação de conflito no Oriente Médio não deve interferir na aliança global contra a fome e a pobreza proposta pelo Brasil no G20, que reúne os 19 países mais influentes do mundo, além da União Africana e da União Europeia. Ele manifestou confiança de que o enfrentamento dos problemas relacionados ao conflito no Oriente Médio não afetará a cooperação internacional para promover a segurança alimentar e combater a pobreza.
Além disso, o ministro chamou a atenção para a particularidade do conflito, destacando que não se trata de uma guerra convencional, com militares combatendo militares, mas sim de uma situação em que pessoas inocentes estão sendo mortas. Ele enfatizou o impacto da falta de produtos básicos e dos riscos à vida das pessoas na região.
Dias revelou que, anteriormente, havia um corredor humanitário que facilitava o transporte de alimentos e medicamentos para Gaza, mas que, agora, devido às alterações locais, o percurso pode levar cerca de 10 horas para ser realizado. Ele ressaltou a importância de se manter um canal humanitário aberto para que a ajuda possa chegar às pessoas que mais precisam.
Por fim, o ministro, que comanda a gestão de programas sociais como o Bolsa Família e o Benefício Prestação Continuada (BPC) no Brasil, reiterou seu compromisso com a luta contra a fome e a pobreza, apesar das adversidades decorrentes do conflito no Oriente Médio. Ele demonstrou confiança na capacidade do G20 de prosseguir com suas iniciativas de cooperação global em meio ao cenário desafiador.