INTERNACIONAL – Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador culpa políticas neoliberais pela crise de segurança no país.

A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) está responsabilizando as políticas neoliberais adotadas no país como a causa da crise de segurança atual. De acordo com a organização, a crise é resultado de um problema estrutural originado pela radicalização das políticas neoliberais que “têm destruído o Estado e suas instituições, deixando-as sem capacidade de resposta”. A Conaie reforça que essas políticas geraram mais desigualdade e pobreza, criando condições propícias para o recrutamento de jovens pelo crime.

A organização, que liderou os últimos levantes populares no Equador, foi fundada em 1986 e reúne 53 organizações de base indígena, representando 18 povos de 15 nacionalidades originárias do país. Para os indígenas, a crise atual é agravada pela falta de liderança e de projeto político dos últimos governos, que priorizaram suas agendas particulares em detrimento da maioria da população.

A Conaie também aponta a permissividade das autoridades nos últimos anos, permitindo que os criminosos se infiltrassem nas entidades estatais e enfraquecessem a institucionalidade encarregada da segurança pública. Diante desse cenário, a organização faz um apelo para que a população se mantenha ativa em guardas comunitárias, controlando o acesso aos territórios. Além disso, enfatiza a necessidade de construir a unidade nacional para superar a atual crise.

A crise de segurança no Equador tem sido intensa, com grupos do crime organizado ligados ao tráfico de drogas provocando uma onda de sequestros e explosões no país. Após a fuga de um líder de uma das quadrilhas, ocorreram sequestros de civis e policiais, chegando ao extremo de invadir um estúdio de televisão durante uma transmissão ao vivo. Em resposta a essa situação, o presidente equatoriano Daniel Noboa decretou estado de emergência com toque de recolher, convocando as Forças Armadas para lidar com os grupos criminosos.

Diante desse contexto, a Conaie pede para que o governo e a Assembleia Nacional não utilizem a crise como desculpa para aprovar leis ou políticas antipopulares que afetem a maioria da população, ressaltando que isso só agravaria a situação. A organização destaca que a crise não foi provocada pelos povos, mas sim pelos governos falidos, e finaliza o comunicado oficial fazendo um apelo para a defesa dos direitos em meio a essa conjuntura.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo