No entanto, representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) enfatizam a necessidade urgente de combustível para a região, argumentando que, sem ele, a ajuda humanitária não poderá ser prestada. A URRWA é a maior fornecedora humanitária em Gaza e afirmou que, caso o combustível não seja autorizado imediatamente, todas as operações da agência serão interrompidas.
O diretor da UNRWA em Gaza, Thomas White, concedeu uma entrevista à CNN, na qual alertou sobre as consequências graves e iminentes da falta de combustível. Segundo ele, sem o insumo, as pessoas em Gaza não terão acesso à água potável, os hospitais ficarão impossibilitados de funcionar adequadamente e toda a operação de ajuda será seriamente afetada. White ressaltou a necessidade de encontrar uma solução urgente para o combustível, caso contrário, a operação de ajuda será interrompida completamente.
Além disso, a Agência da ONU para Refugiados Palestinos abriga atualmente 600 mil pessoas em Gaza, das quais 1,4 milhão precisaram abandonar suas casas. Desde 11 de outubro, a região enfrenta um apagão total de eletricidade, tornando os hospitais e as instalações de abastecimento de água completamente dependentes de geradores de reserva alimentados por combustível.
A UNRWA utiliza o combustível para o transporte de pessoas e mercadorias, bem como para os equipamentos de dessalinização de água do mar nos abrigos, usados para tornar a água potável. Dos três equipamentos de dessalinização da agência, apenas um está funcionando com apenas 7% de sua capacidade na cidade de Khan Yunis, ao sul de Gaza. As padarias também utilizam o combustível e estão enfrentando dificuldades para suprir a demanda local de pão fresco, colocando-as em risco de fechamento.
O embaixador de Israel nas Nações Unidas, Gilad Erdan, afirmou que há estoques de combustível em Gaza e que o Hamas possui combustível em quantidade suficiente para alimentar suas atividades contra Israel. A embaixada de Israel no Brasil ainda informou que hospitais e outras instituições em Gaza estão utilizando energia solar para funcionar.
No entanto, a URRWA e as autoridades da ONU alertam que é indispensável a entrada de combustível por meio de ajuda humanitária para evitar uma crise humanitária ainda mais grave na região. A escassez de combustível está colocando em risco a vida e o bem-estar da população de Gaza, impedindo o fornecimento de água potável, o funcionamento adequado dos hospitais e a prestação de assistência humanitária essencial. A solução para essa situação urgentemente precisa ser encontrada para evitar um desastre humanitário ainda maior.
