INTERNACIONAL – “Bombardeio israelense leva à destruição de instalações da UNRWA e morte de 14 membros da equipe em Gaza”

Desde o início do bombardeio israelense à Faixa de Gaza, vinte e quatro instalações da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) já foram atingidas. De acordo com um relatório divulgado pela agência na terça-feira (17), pelo menos 14 membros da equipe da UNRWA foram mortos desde o início dos ataques em 7 de outubro.

Algumas dessas pessoas foram mortas junto com suas famílias em suas próprias casas. No entanto, a UNRWA acredita que o número real de vítimas pode ser ainda maior. Na última terça-feira, ocorreu mais um ataque: uma bomba atingiu uma escola no campo de refugiados palestinos de Al-Maghazi, na região central de Gaza, resultando na morte de pelo menos seis pessoas e deixando outras feridas.

Essa escola abrigava cerca de 4 mil pessoas. Em uma nota divulgada após o ataque, a agência declarou: “Isso é ultrajante e mostra mais uma vez um desrespeito flagrante pelas vidas dos civis. Agora, nenhum lugar em Gaza é seguro, nem mesmo as instalações da UNRWA”.

Philippe Lazarini, comissário-geral da UNRWA, afirmou em comunicado nesta quarta-feira (18) que uma catástrofe sem precedentes está ocorrendo diante de nossos olhos. Ele informou que mais de 1 milhão de pessoas foram forçadas a deixar suas casas em apenas uma semana e que mais de meio milhão dessas pessoas estão buscando refúgio nas escolas e outras instalações da UNRWA no sul de Gaza. Além disso, um número desconhecido de pessoas que já não podem ser assistidas pela UNRWA está nas instalações da agência na parte norte da Faixa de Gaza.

Alexandre Branco Pereira, coordenador do Observatório Saúde e Migração da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), destaca que ataques a instalações da ONU em Gaza não são uma novidade. Durante a ação militar israelense em 2014, sete abrigos mantidos pela UNRWA foram bombardeados, levando à morte de crianças que buscavam refúgio nesses locais.

Pereira ressalta que o que Israel tem feito ao longo dos anos é um “terrorismo de Estado”, pois a intenção é deixar as pessoas completamente desnorteadas e inseguras. Durante a crise atual, por exemplo, Israel orientou os civis a se deslocarem para o sul de Gaza, mas depois bombardeou as rotas que havia indicado, resultando na morte das pessoas que estavam seguindo essas orientações.

No relatório divulgado na terça-feira, a UNRWA também chamou a atenção para os ataques israelenses no sul de Gaza, apesar de ter orientado os civis a se moverem para essa região. A agência destacou também o risco de mortes e doenças devido à falta de água, bem como a situação crítica dos hospitais, que só teriam combustível suficiente para mais 24 horas de funcionamento.

Além disso, a UNRWA afirma que os estoques de medicamentos estão prestes a se esgotar, com algumas clínicas da agência devendo ficar sem remédios antes do próximo mês. A situação dos refugiados palestinos em Gaza é cada vez mais alarmante e exige intervenção urgente da comunidade internacional para proteger a vida e o bem-estar dessas pessoas.

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