No último domingo, a Bolívia demonstrou seu apoio à denúncia apresentada pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ). A ação movida pelo país africano acusa Israel de genocídio contra o povo palestino na Faixa de Gaza.
O Ministério das Relações Exteriores boliviano divulgou uma nota destacando o apoio à iniciativa histórica da República da África do Sul. O comunicado ressalta a abertura da ação judicial contra Israel perante a CIJ e a importância do enfrentamento das violações das obrigações sobre o Convenção sobre Genocídio com o povo palestino na Faixa de Gaza.
A África do Sul solicitou à CIJ medidas cautelares para interromper a campanha militar de Israel em Gaza. A Corte é o principal órgão judicial da Organização das Nações Unidas (ONU) e tem a responsabilidade de solucionar disputas entre os estados. Audiências para discutir a denúncia com representantes do país africano e de Israel estão agendadas para esta semana.
O governo boliviano reivindica que a ação da África do Sul seja apoiada pela comunidade internacional, ressaltando a importância de respeitar a vida diante do relatório das Nações Unidas que aponta mais de 21 mil mortes desde outubro de 2023 em Gaza, a maioria delas de crianças e mulheres.
A denúncia da África do Sul acusa Israel de atos e omissões de caráter genocida, cometidos com a intenção específica de destruir os palestinos em Gaza como parte do grupo nacional, racial e étnico palestino mais amplo. A conduta de Israel em relação aos palestinos em Gaza é descrita como uma violação às obrigações da Convenção do Genocídio.
Por outro lado, o governo de Israel nega as acusações de genocídio e classifica a ação na Corte Internacional como “infundada”. Em um comunicado sobre a denúncia da África do Sul, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel culpou o Hamas pelo sofrimento dos palestinos na Faixa de Gaza, alegando que o grupo palestino estava usando civis como escudos humanos, uma demanda negada pelo Hamas.
Israel destacou em nota que os residentes da Faixa de Gaza não são o inimigo e que estão fazendo esforços para limitar os danos aos não envolvidos e para permitir a entrada de ajuda humanitária na região.
A denúncia da África do Sul e a resposta de Israel na Corte Internacional de Justiça causaram uma mobilização global, com diversos países, incluindo a Bolívia, acompanhando de perto o desenrolar desse processo que envolve questões sensíveis e cruciais para a paz no Oriente Médio.
