HGE alerta para o risco de queimaduras causadas durante o período junino

Para muitas pessoas, o mês de junho é a época do ano mais esperada. É quando o clima fica mais ameno e chegam às celebrações aos santos Antônio, João, Paulo e Pedro. É bem verdade que a pandemia da Covid-19 impede a realização dos animados arraias, mas, isso não é motivo para baixo astral e, tampouco, imaginar que os acidentes com queimaduras deixarão de acontecer, caso não sejam adotados os cuidados preventivos, segundo alerta a equipe multidisciplinar do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió.

É que a maioria dos casos de queimaduras registradas na maior unidade hospitalar pública de Alagoas tem como causa principal a escaldadura, que são aqueles líquidos superaquecidos, usados na preparação das comidas típicas juninas, como milho verde, canjica e pamonha. No ano passado, durante os 12 meses, foram 181 pessoas assistidas no ambulatório e 96 internadas com ferimentos procedentes destes alimentos; em 2019 foram 314 no ambulatório e 145 precisaram ser internadas no CTQ.

Ao todo, no atendimento a pessoas com superfície do corpo queimada, o HGE registrou, em 2020, 529 pacientes no ambulatório e 271 internados no CTQ, que é a única unidade especializada, em Alagoas, nesta linha de cuidados habilitada pelo Ministério da Saúde (MS). Para os pacientes, são disponibilizados 16 leitos (seis para homens, quatro para mulheres, cinco para crianças e um para precaução de contato), uma sala de banho, uma sala para procedimentos cirúrgicos e um ambulatório com consultório e sala para curativos.

“Os acidentes envolvendo o líquido fervente costumam atingir mais a parte anterior do corpo, especialmente o tórax e o abdômen. Queimaduras por álcool em combustão acometem frequentemente todas as áreas em igual proporção, distribuídas tanto no tronco, quanto nos membros superiores e inferiores. Quando há lesões mais extensas e profundas, as conhecidas queimaduras de segundo e terceiro graus, a indicação é internamento e, possivelmente, realização de debridamento e enxerto na pele”, informou o cirurgião-plástico do HGE, Thyago Carvalho.

Prevenção – Mas a festa pode ficar animada se cuidados preventivos forem adotados, como redobrar a atenção com as crianças, de preferência mantendo-as longe da cozinha. É recomendado também colocar os cabos das panelas virados para dentro do fogão, usar corretamente os equipamentos de proteção e não usar produtos tóxicos para acender a churrasqueira e nem a fogueira, caso montadas. Também é importante promover o momento em casa, com os familiares que habitam o mesmo lar, usando máscara e higienizando as mãos com regularidade, mas, tomando cuidado para não manipular fogões, fogos de artifício ou fogueiras, depois de passar álcool em gel a 70%, utilizado nos tempos atuais para evitar o novo coronavírus.

“Não recomendamos a queima da fogueira e o uso dos fogos de artifícios. Eles são potencializadores de acidentes, principalmente quando combinados com o abuso das bebidas alcóolicas, muito frequentes durante as festas juninas, mesmo que realizadas em casa. Além disso, a fumaça piora o quadro de saúde daqueles que sofrem com doenças respiratórias crônicas e prejudica o meio ambiente”, pontuou o médico Thyago Carvalho.

Em caso de acidentes, o resfriamento de toda a área queimada deve ser feito com água corrente da torneira ou do chuveiro, entre cinco e quinze minutos. Não deve ser aplicado gelo, uma vez que ele pode piorar a lesão da queimadura. Também deve ser evitado passar creme dental, manteiga, clara de ovo, pó de café, plantas medicinais entre outros produtos. E se o ferimento apresentar gravidade, o indivíduo deve ser levado imediatamente para a unidade de saúde mais próxima.

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