Segundo o embaixador Alessandro Candeas, chefe do Escritório de Representação do Brasil em Ramallah, o grupo é composto por 28 pessoas, sendo 22 brasileiros, três imigrantes palestinos e três palestinos. Entre eles, há 14 crianças, oito mulheres e seis homens adultos. O grupo inicialmente era formado por 30 brasileiros, mas uma família e outras duas pessoas desistiram da repatriação.
Dentre os brasileiros que aguardam para cruzar a fronteira, destacam-se Shahed Al Banna, Noura Bader, Bader Monir Bader e Hasan Rabee. Shahed Al Banna, de 18 anos, está em Gaza há um ano e meio e relata a situação desesperadora que têm vivenciado na região. Após deixar a casa de uma tia, ela encontrou abrigo em uma escola que, posteriormente, foi considerada insegura. Atualmente, o grupo está próximo da fronteira, aguardando autorização para sair de Gaza.
Noura Bader, de 37 anos, é uma palestina com nacionalidade brasileira que também procurou abrigo na escola. Ela, o marido Monir Bader e os três filhos nasceram na Palestina, mas possuem passaporte brasileiro. Em janeiro deste ano, a família foi para o Egito e em fevereiro chegaram à Faixa de Gaza, onde permaneceram até o início do conflito. Agora, desejam sair da região.
Bader Monir Bader, filho de Noura, chamou a atenção ao gravar um vídeo em que expressava sua felicidade por estar abrigado na escola, sentindo-se seguro. No entanto, após o corte de energia em Gaza, o garoto pediu ajuda, afirmando que não tinha mais casa.
Hasan Rabee, palestino com cidadania brasileira, morava em São Paulo desde 2014. Ele fugiu de Gaza naquele ano e recebeu status de refugiado no Brasil. Há quinze dias antes do início do conflito, Rabee voltou a Gaza para visitar parentes e agora está preso na região, temendo pela vida de sua esposa e filhas brasileiras.
O grupo de brasileiros aguarda ansiosamente por notícias sobre a abertura da fronteira entre Gaza e o Egito, para que possam deixar a região que está sob cerco de Israel. A equipe de diplomatas da Embaixada do Brasil no Egito está trabalhando para acompanhar as negociações e garantir a segurança dos brasileiros enquanto aguardam pela repatriação.
