Governo pede ao STF adiamento do julgamento que pode alterar taxa de correção do FGTS, mas processo segue na pauta.

A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o adiamento do julgamento da ação que poderia promover mudanças na taxa de correção utilizada para os valores do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), marcado para ocorrer nesta quarta-feira. O pedido de adiamento foi feito pelo ministro-chefe da AGU, Jorge Messias, que afirmou que o governo deseja apresentar uma proposta elaborada em conjunto com as centrais sindicais, solicitando um prazo de 30 dias para isso. A decisão sobre o adiamento deve ser dada pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso.

O objetivo do governo é buscar uma solução negociada que atenda às demandas dos trabalhadores, mantendo o poder de compra do FGTS. Segundo Messias, a preocupação é não comprometer o sistema financeiro de habitação, garantindo a função híbrida do fundo, que inclui além de questões trabalhistas, investimentos em habitação, saneamento básico e infraestrutura.

O advogado-geral da União ressaltou que, de acordo com cálculos do governo, a alteração proposta pelo relator do caso, ministro Barroso, teria um impacto fiscal preocupante, na ordem de R$ 31 milhões em 15 anos, além de um déficit de contratação de habitações no programa “Minha Casa, Minha Vida”, totalizando cerca de 1 milhão de unidades habitacionais.

O processo em questão foi retirado de pauta por Barroso no início de outubro, a pedido do governo. A ação discute o modelo de reajuste dos valores depositados no FGTS, que atualmente é remunerado com base na Taxa Referencial (TR). O relator do caso, ministro Barroso, votou para que o fundo tenha rendimentos similares aos da caderneta de poupança, em oposição à atual correção pela TR + 3%.

Ele destacou que, segundo o entendimento do STF, não há direito constitucional à correção monetária, e que eventuais perdas comprovadas devem ser negociadas pela via legislativa, caso o Congresso entenda que deve se manifestar, ou por acordo de entidades dos trabalhadores com o governo federal.

A solicitação de adiamento do julgamento da ação, juntamente com a busca por uma solução negociada entre governo e centrais sindicais, reflete a complexidade e implicações que o caso do FGTS apresenta. A decisão do STF será aguardada com atenção, dada a relevância do assunto para milhões de trabalhadores brasileiros.

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