Governo de São Paulo veta projeto de prevenção ao HPV nas escolas e gera polêmica.

O Governo de São Paulo decidiu vetar um importante projeto de prevenção ao HPV nas escolas do estado. A proposta tinha como objetivo a criação de um Calendário Estadual de vacinação contra o HPV, visando a imunização das crianças e adolescentes paulistas.

O HPV, o papilomavírus humano, é responsável por mais de 100 tipos de doenças, sendo que 14 deles são considerados cancerígenos. Estudos mostram que dois tipos de HPV são responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo do útero em todo o mundo. A vacinação contra o vírus é a forma mais eficaz de prevenir a infecção, e deve ser feita preferencialmente antes do início da vida sexual.

O veto total ao projeto foi assinado pelo governador Tarcísio de Freitas e publicado no Diário Oficial de São Paulo. Segundo o governo paulista, as ações propostas no projeto já estão sendo executadas pelo Estado, seguindo as diretrizes do Plano Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde. De acordo com o PNI, as meninas entre 9 e 14 anos e os meninos de 9 e 10 anos devem receber a vacina.

No entanto, é importante ressaltar que a imunidade só é garantida com a aplicação de pelo menos duas doses da vacina. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma cobertura vacinal alta é alcançada quando 80% da população-alvo completa o esquema vacinal. Em São Paulo, a cobertura vacinal para o HPV entre as meninas está em 78% para a primeira dose e menos de 60% para a segunda dose. Já entre os meninos, a cobertura da primeira dose não chega a 60% e a segunda dose está abaixo de 40%. Esses dados englobam o acumulado dos últimos seis anos de vacinação entre as meninas e os últimos quatro anos entre os meninos.

Além da vacinação, o projeto vetado pelo governador também previa a realização de campanhas de conscientização para a prevenção, diagnóstico e tratamento do HPV. No Brasil, são diagnosticados cerca de 17 mil casos de câncer de colo do útero por ano e aproximadamente 5 mil mulheres morrem em decorrência da doença nesse mesmo período.

A deputada estadual Marina Helou, uma das autoras do projeto de lei, lamentou a decisão do governo e afirmou que “o Governo de São Paulo perdeu a oportunidade de adotar uma política pública que amplia o combate ao HPV no estado”. A vacinação e outras medidas de prevenção são fundamentais para reduzir o número de casos e mortes causados por essa doença tão grave. É essencial que o governo reveja sua posição e priorize a saúde e segurança das crianças e adolescentes paulistas.

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