Gilmar Mendes alerta para possíveis rebeliões com endurecimento da legislação sobre “saidinha” de presos em datas comemorativas

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, em recente evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio, fez declarações controversas sobre o projeto de lei aprovado pelo Senado que visa restringir a chamada “saidinha” de presos em datas comemorativas e para atividades de ressocialização. Segundo o magistrado, é necessário esperar o desfecho do trâmite legislativo antes de avaliar os impactos dessa proposta, que agora retorna à Câmara dos Deputados.

Mendes alertou para os possíveis efeitos negativos do endurecimento da legislação penal, como o aumento de rebeliões e insegurança pública. Atualmente, a lei permite que presos em regime semiaberto tenham a oportunidade de deixar a prisão temporariamente para visitar familiares em feriados e participar de atividades que contribuam para sua reintegração social.

O projeto relatado por Flávio Bolsonaro, no entanto, exclui essas possibilidades e restringe a “saidinha” apenas para a frequência em cursos de educação profissionalizante, ensino médio e superior. A emenda também veda a permissão para presos condenados por crimes hediondos ou praticados com violência. O texto volta à Câmara para novas análises.

A legalidade desse projeto tem dividido juristas, que discutem se a medida fere princípios constitucionais e se poderia ser questionada no STF. Enquanto o professor Thiago Bottino defende que a proposta viola o princípio de ressocialização da pena e poderia ser contestada na suprema corte, o advogado Rafael Paiva argumenta que o projeto mantém o benefício para presos do regime semiaberto que estejam em cursos profissionalizantes, sendo portanto constitucional.

Diante das divergências e do impacto que essa proposta pode ter no sistema prisional brasileiro, fica evidente a necessidade de um debate amplo e embasado sobre a questão da ressocialização e da segurança pública no país. O futuro do projeto de lei e suas consequências ainda serão tema de muitas discussões no cenário jurídico nacional.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo