Documento entregue ao Ministério Público coloca em xeque a atuação do gestor judicial da Massa Falida da Laginha Agroindustrial S/A. Luiz Henrique da Silva Cunha está sendo acusado por credores do falido conglomerado de empresas do usineiro João Lyra de haver adquirido um crédito de mais de R$ 145 mil de outro credor. A negociação, registrada em cartório, data de abril do ano passado, cinco meses antes de Cunha ser designado representante do Comitê de Credores da Classe I- Trabalhadores.
De acordo com o documento denominado Cessão de Crédito, o dono da Brescia Operadora de Viagens Ltda.-ME, Paulo Roberto de Melo Agra, cedeu a Luiz Henrique Cunha o direito de recebimento de um crédito de R$ 145.811,13 que tinha perante a Laginha por conta de serviços prestados durante o ano de 2013. A cessão teria sido motivada por uma dívida da operadora junto a Cunha, no mesmo valor, e declarada em “confissão de dívida assinada no dia 21 de setembro de 2013”. O documento não especifica o que teria gerado a dívida.
Ex-funcionário do Grupo João Lyra, onde trabalhou por mais de 20 anos, Luiz Henrique da Silva Cunha é hoje gestor judicial da Massa Falida da Laginha e chegou a ser nomeado seu administrador judicial em setembro em substituição ao advogado João Daniel Marques Fernandes, afastado pelo juiz Kleber Borba 45 dias após a nomeação.
Fernandes entrou com agravo no TJ contra a decisão do magistrado e retornou ao cargo de administrador judicial por força de liminar concedida pelo desembargador Tutmés Airan, cujo mérito ainda será julgado e para o qual será decisivo a audiência de gestão democrática marcada para esta sexta-feira (4) no Pleno do Tribunal de Justiça. Marcada para às 8h, a ela foram convocados o Comitê de Credores da Laginha, o administrador e gestor judiciais, perito e o Ministério Público.
Extra Alagoas
