Portela, que é autor de obras como “Gerenciamento de Riscos Baseado em Fatores Humanos e Cultura de Segurança”, ressaltou que essa decisão se transformou em um obstáculo para a manutenção da corrente de ar originalmente planejada para o estádio. A interferência na ventilação natural foi apontada como um fator preocupante pelo especialista.
Diante dessa constatação, o Estadão buscou informações junto à produtora do evento e à equipe de Taylor Swift sobre os motivos que levaram à construção das estruturas naquela área. Além disso, questionou sobre a existência de um plano de escape e abandono, que avalia possíveis cenários emergenciais, porém não obteve resposta até o momento.
A falta de retorno também foi uma constante ao tentar contatar a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro e o Procon-RJ, a fim de averiguar se houve fiscalização do estudo do projeto do evento. A ausência de respostas levanta questões sobre a efetiva supervisão das autoridades competentes em relação à segurança do público nos eventos de grande porte.
Gerardo Portela explicou que a opção pela montagem do palco naquela área se deu devido à ausência de assentos para o público, como nos setores convencionais do estádio. No entanto, o especialista ressaltou que essa escolha compromete a circulação de ar no local, afetando a qualidade térmica e do ar.
Além disso, o engenheiro enfatizou a importância dos espaços abertos atrás dos gols nos estádios, que são estrategicamente projetados para criar uma circulação de ar. A obstrução dessas áreas compromete ainda mais o fluxo de ar no estádio, o que pode resultar em condições desconfortáveis para o público.
Nas redes sociais, alguns fãs relataram a existência de tapumes em possíveis rotas de fuga do estádio. No entanto, o especialista observou que as imagens obtidas não permitiram confirmar a presença desse material, levantando preocupações sobre a segurança do evento.
Gerardo Portela ressaltou a importância de realizar estudos de escape e abandono em eventos de grande porte, levando em consideração as particularidades de cada espetáculo. Ele destacou a necessidade de definir rotas de saída e de garantir a manutenção da circulação de ar, mesmo em situações adversas.
O especialista frisou que tanto as produtoras de eventos quanto as autoridades fiscalizadoras devem ser cobradas e responsáveis por garantir as condições de segurança em eventos de grande magnitude. Ele afirmou que é essencial promover a análise das condições de segurança originais, levando em consideração diversos fatores para mitigar os riscos.
Portela enfatizou a importância de utilizar tecnologias e estratégias para evitar a penetração de pessoas em áreas indevidas, bem como para manter a circulação de ar e garantir a segurança do público. Ele ressaltou que, embora isso gere custos, a adoção de medidas mínimas é imprescindível para garantir a segurança e o bem-estar dos espectadores em eventos de grande porte.
Diante disso, a situação levantada pelo especialista Gerardo Portela destaca a importância da segurança em eventos de grande porte, bem como a necessidade de promover a fiscalização e a adoção de medidas para mitigar os riscos e garantir a integridade do público.