Fundação Nobel volta atrás e decide não convidar embaixadores russo e bielorrusso para a cerimônia de entrega dos prêmios em Estocolmo

A Fundação Nobel anunciou no sábado que decidiu reverter sua decisão de convidar os embaixadores da Rússia e Bielorrússia para a cerimônia de entrega dos prêmios deste ano em Estocolmo, após enfrentar uma onda de críticas. No ano passado, a fundação havia decidido não convidar os embaixadores desses dois países, devido à guerra na Ucrânia, e nem o representante do Irã, devido à repressão aos protestos no país.

No entanto, na última quinta-feira, a fundação anunciou que voltaria a convidar os embaixadores de todos os países, o que gerou indignação na Suécia. Vários políticos suecos declararam que boicotariam o evento e o primeiro-ministro Ulf Kristersson criticou a decisão. Além disso, ativistas e o governo ucraniano também repudiaram o anúncio.

Diante das críticas, a Fundação Nobel decidiu novamente não convidar os embaixadores da Rússia, Bielorrússia e Irã para a cerimônia de entrega do prêmio. Essa medida foi saudada como uma vitória do humanismo pelo porta-voz do ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko. Ele agradeceu a todos que pediram o retorno da justiça e destacou a necessidade de adotar uma decisão semelhante em relação aos embaixadores da Rússia e Bielorrússia em Oslo, na cerimônia do Prêmio Nobel da Paz.

A Fundação Nobel entrega anualmente os prêmios de Medicina, Física, Literatura, Química e Economia em uma cerimônia solene em Estocolmo, que conta com a presença do rei da Suécia, Carl XVI Gustaf. No mesmo dia, ocorre a entrega do Nobel da Paz em Oslo, na Noruega.

No entanto, além da polêmica em torno dos convites aos embaixadores, houve outra controvérsia relacionada ao Nobel da Paz. O Comitê Norueguês, responsável por definir o vencedor do prêmio, denunciou que as autoridades russas estão tentando silenciar Dmitri Muratov, jornalista ganhador do Nobel da Paz em 2021.

Muratov foi incluído na lista de “agentes estrangeiros” de Moscou, o que é considerado pelos membros do comitê uma tentativa de silenciá-lo. O Comitê Norueguês destacou que continuará apoiando o trabalho de Muratov e do jornal que ele dirige, Novaya Gazeta, a principal publicação independente da Rússia.

O jornalista dedica o prêmio aos repórteres do Novaya Gazeta que perderam suas vidas exercendo a profissão. Desde o ano 2000, seis jornalistas e colaboradores do jornal foram assassinados, incluindo a renomada repórter investigativa Anna Politkovskaya.

Em meio a toda essa controvérsia, a Fundação Nobel mostra-se sensível às críticas e decide manter sua posição de não convidar os embaixadores russo, bielorrusso e iraniano para a cerimônia de entrega dos prêmios em Estocolmo, mostrando que está atenta aos acontecimentos e considera os valores humanitários em suas escolhas.

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