Feminicídios no Brasil atingem recorde em 2023, com uma vítima a cada seis horas, aponta estudo do Fórum de Segurança Pública.

No Brasil, as estatísticas de feminicídio continuam alarmantes, com um novo estudo divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelando números preocupantes. No ano passado, o país registrou 1.463 casos de mulheres vítimas de feminicídio, representando uma ocorrência a cada seis horas. Esse é o maior número já registrado desde a criação da lei contra essa prática, em 2015, totalizando ao menos 10.655 feminicídios nos últimos nove anos.

Os dados apontam um aumento de 1,6% em relação ao ano anterior, com 18 estados apresentando taxas de feminicídio acima da média nacional de 1,4 mortes para cada 100 mil mulheres. O Mato Grosso desponta como o estado com a maior incidência de casos, com uma taxa de 2,5 mulheres mortas a cada 100 mil, seguido por Acre, Rondônia e Tocantins empatados com 2,4 por 100 mil.

O estudo também destaca a preocupante subnotificação de casos no Ceará, onde apenas 10,6% dos homicídios de mulheres foram tipificados como feminicídio em 2022, enquanto a média nacional foi de 36,7%. Em relação às regiões do país, o Centro-Oeste teve a menor taxa de feminicídio, com dois casos a cada 100 mil mulheres, enquanto o Sudeste apresentou um aumento significativo, passando de 512 vítimas em 2022 para 538 em 2023.

Diante desse cenário alarmante, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública ressaltou a importância do combate à violência de gênero e da atenção dos governadores para o tema. A lei nº13.104/2015 considera o feminicídio um crime hediondo, com penas mais rigorosas, quando o assassinato está relacionado à violência doméstica e familiar.

O estudo também revelou o perfil das vítimas de feminicídio em 2022, com a maioria entre 18 e 44 anos, sendo 61,1% mulheres pretas e pardas. Os autores da violência eram, em sua maioria, parceiros ou ex-parceiros íntimos das vítimas.

Diante desse panorama preocupante, é essencial reforçar os canais de denúncia, como as Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (DEAM) e o Ligue 180, para garantir o suporte e proteção necessários às mulheres que sofrem violência de gênero. O enfrentamento do feminicídio é urgente e requer o comprometimento de toda a sociedade na garantia dos direitos e da segurança das mulheres brasileiras.

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