A região de Tarragona e Castellón é marcada por constantes rajadas de vento, o que forçou a seleção de oliveiras com pecíolos mais fortes, a fim de evitar que as azeitonas rolassem prematuramente no chão. Essa resistência ao vento tornou as oliveiras farga ainda mais valiosas, especialmente entre os japoneses, que passaram a apreciar seu azeite de oliva nos primeiros anos do século XXI.
O sucesso entre os japoneses levou empresários ocidentais a comprarem as grandes oliveiras farga por preços que podiam chegar a € 20 mil. Essa retirada das oliveiras foi retratada no filme “El olivo” (2016), dirigido por Icíar Bollaín, que mostrou a importância e a beleza dessas árvores tão antigas e especiais.
Segundo especialistas, as oliveiras farga são quase imortais e resistem a ventos extremos. A paisagem onde essas oliveiras se encontram surgiu durante a expansão do Império Romano e sobreviveu ao seu declínio. Hoje, essas árvores monumentais são um verdadeiro patrimônio histórico e natural.
Com pelo menos 100 anos de idade, as oliveiras farga não geram novas árvores, e as existentes são verdadeiras relíquias. Uma das mais antigas, a farga del Arión, em Ulldecona, Tarragona, possui 1.709 anos e continua produzindo frutos desde os anos 300.
O azeite de oliva extravirgem proveniente das oliveiras farga foi valorizado pela primeira vez em 1993, com o lançamento do azeite Milenário. Desde então, uma associação foi formada para catalogar e preservar as oliveiras monumentais farga, garantindo que essa tradição se mantenha viva.
Hoje, os melhores azeites de cada ano das oliveiras farga são destinados a uma edição especial limitada, custando € 260 o litro. Essa é uma maneira de preservar a tradição e valorizar a história por trás dessas árvores milenares e do azeite que produzem. A resistência e singularidade das oliveiras farga são admiradas por especialistas e consumidores, que apreciam suas características únicas e a suavidade de seu azeite de oliva.
