A defesa do Flamengo alega que o sofrimento vivido pela família de Christian deve ser levado em conta, mas questiona a fixação de um dano moral em um valor considerado exorbitante e discrepante dos critérios estabelecidos pela jurisprudência. O clube sugere que os valores de indenização por danos morais em casos de morte devem seguir um entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), estipulando um intervalo entre R$ 150 mil e 500 salários-mínimos. Com o salário mínimo vigente à época do acidente em R$ 998, a indenização máxima a ser paga à família seria de R$ 499 mil, caso a Justiça aceite o pedido do clube.
No entanto, a família de Christian Esmério solicitou o pagamento de R$ 9,3 milhões, sendo R$ 5,4 milhões por danos morais e R$ 3,9 milhões por pensão. Além disso, os familiares também pedem que o valor seja pago à vista, o que também é contestado pelo Flamengo.
Este impasse coloca mais uma vez o clube rubro-negro em uma situação complicada, já que se tornou alvo de críticas e processos judiciais em decorrência da tragédia no Ninho do Urubu. A falta de acordo neste caso específico reforça a postura adotada pelo Flamengo de se eximir de culpa pelo incêndio e tentar reduzir o valor das indenizações.
Enquanto o imbróglio entre o clube e a família de Christian Esmério não é resolvido, a questão da responsabilidade do Flamengo pela tragédia continua a ser debatida nos âmbitos jurídico e público. Independentemente do desfecho deste caso específico, a imagem do clube e a forma como tem lidado com as consequências do incêndio no Ninho do Urubu permanecem sob escrutínio.