O desdobramento da operação contou com o uso de um helicóptero policial que sobrevoou a área, após quatro dias de investigação conduzida pela Força Policial Antinarcotráfico, em conjunto com a Polícia de Córdoba. Na residência de luxo, foram detidos a mulher de Fito, Inda Mariela Peñarrieta Tuárez, de 48 anos, além dos filhos Michelle Macías Peñarrieta, de 21, Ilse María Macías Peñarrieta, de 12, e Lian Sejam Macías Peñarrieta, de 4. Também foram detidas a babá Denny Yadira Laines Basurto, de 22, o sobrinho do narcotraficante, Javier Macías Alcivar, e o amigo da família Ángel Zambrano Chiquito.
No dia seguinte, o governo argentino decidiu expulsar todos eles para o Equador, atendendo ao pedido das autoridades equatorianas. Foi informado que o sobrinho de Fito Macías, o amigo e a empregada manifestaram a vontade de abandonar o país juntamente com os demais familiares expulsos. A família do traficante chegou à Argentina no dia 5 deste mês, indo diretamente para Córdoba, onde alugaram uma casa de campo em um exclusivo condomínio nos arredores da capital.
A notícia de que a mulher e os filhos de Fito estavam na Argentina chegou aos detetives do Departamento de Inteligência contra o Crime Organizado da Polícia Federal, com base em informações passadas por um alto funcionário da Polícia Nacional do Equador. A família foi descoberta por autoridades migratórias e posteriormente expulsa do país sul-americano.
A captura da família de Fito Macías foi um desdobramento da série de eventos violentos iniciados com a fuga, no início de janeiro, do traficante e de um outro líder criminoso do país. Esses acontecimentos resultaram em uma série de ataques realizados pelo crime organizado em uma tentativa de subjugar as autoridades. O presidente do Equador chegou a declarar um conflito armado interno e mobilizou soldados para lidar com a situação. O país, que durante muitos anos foi livre do tráfico de drogas, agora enfrenta um crescente problema de violência e domínio do território por parte de gangues criminosas. Nos últimos cinco anos, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes cresceu significativamente, colocando o país em uma situação crítica.
A morte do promotor antimáfia César Suárez, que investigava o ataque ao canal de televisão, trouxe ainda mais atenção para a crescente violência no Equador. O crime organizado no país transformou-se em um novo bastião do tráfico de drogas, com gangues lutando pelo controle do território e em guerra contra o Estado. Esse cenário já fez o país atingir níveis de violência comparáveis aos da Colômbia no século passado, adicionando ainda o problema das prisões sendo incendiadas pelos criminosos. O caso de Fito Macías e sua família é apenas um exemplo da situação alarmante em que o país se encontra.