Faixa de Gaza sofre pesado bombardeio israelense, tem comunicações bloqueadas e vivencia grave crise humanitária

Os 2,2 milhões de habitantes da Faixa de Gaza enfrentaram uma noite de terror na sexta-feira, com pesados bombardeios israelenses que continuaram durante o sábado. A situação no território já marca uma grave crise humanitária, e o blecaute nas comunicações apenas aprofunda o isolamento dos palestinos do resto do mundo. As principais agências internacionais que operam em Gaza estão sem contato com seus funcionários, e as ambulâncias estão com dificuldades para chegar até os feridos, conforme alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Israel intensificou os ataques sobre Gaza na sexta-feira, com incursões terrestres e bombardeios fortes por terra, mar e ar. Segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo grupo terrorista palestino Hamas, já foram contabilizadas cerca de 400 mortes apenas neste sábado. No entanto, não é possível verificar esses números de forma independente.

A queda generalizada nas telecomunicações dentro da Faixa de Gaza deixou dúvidas sobre a causa: se foi devido aos bombardeios israelenses à infraestrutura de telefonia celular ou se Israel deliberadamente cortou o acesso dos palestinos aos serviços, de acordo com especialistas ouvidos pelo New York Times. A rede de telecomunicações já sofreu grandes danos desde o início do conflito, com a infraestrutura externa e os cabos subterrâneos sendo afetados pelos ataques, relatou AbdulMajeed Melhem, CEO do Paltel Group, principal companhia palestina de telecomunicações.

Segundo ele, as companhias israelenses cortaram subitamente a capacidade dos usuários com assinaturas de redes palestinas de utilizarem dados de roaming de empresas de Israel, o que teria permitido que pelo menos alguns moradores de Gaza se mantivessem em contato com o restante do mundo. No entanto, os funcionários israelenses não quiseram comentar a situação.

Devido ao blecaute nas telecomunicações, o chefe da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, divulgou uma carta aberta aos funcionários, afirmando que conseguiu contatar apenas um pequeno número de membros de sua equipe em Rafah, na fronteira de Gaza com o Egito, por onde entra a escassa ajuda humanitária que é permitida por Israel no território. Desde o dia 7, quando o Hamas realizou um ataque-surpresa a Israel, matando cerca de 1.400 pessoas, a maioria civis, e mantendo aproximadamente 230 reféns em Gaza, o território palestino está em “cerco total”.

Apenas uma média de 12 caminhões com ajuda humanitária tem entrado diariamente em Gaza, embora a ONU estime que seriam necessários 100 por dia para atender às necessidades da população. Israel não permite a entrada de combustíveis com medo de que o Hamas os utilize para atacar o país, alegando que o grupo palestino mantém 500 mil litros em seu poder.

Além disso, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que o blecaute nas comunicações torna impossível que as ambulâncias alcancem os feridos, assim como é igualmente impossível que os pacientes sejam levados para segurança nestas condições. A organização também está sem contato com seus funcionários em Gaza.

No meio dessa crise humanitária, alguns moradores têm conseguido burlar o blecaute nas redes de comunicação e relatado a situação do conflito, provavelmente porque possuem cartões de acesso à internet estrangeiros. No entanto, a maioria da população está completamente isolada. Organizações como o Fundo da ONU para as Crianças (Unicef) perderam contato com seus funcionários, o que aumenta a preocupação com a segurança deles, além de uma noite inimaginável de horror para aproximadamente um milhão de crianças que vivem em Gaza, de acordo com a diretora-executiva da organização, Catherine Russell.

A situação em Gaza requer uma ação imediata por parte da comunidade internacional para garantir a segurança e proteção dos civis, além de fornecer ajuda humanitária urgente.

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