Extratos bancários de Bolsonaro podem expor pequenos saques e transferências para os EUA perante o STF.

Na última semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro entregou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), os extratos bancários referentes ao período em que ocupou a Presidência. De acordo com os advogados responsáveis pela defesa de Bolsonaro, esses documentos irão comprovar a realização de saques para pagamentos em espécie a fornecedores, além de transferências para uma conta em seu nome nos Estados Unidos.

A ação por parte da defesa tem como objetivo evitar a necessidade de uma investigação mais detalhada sobre os dados bancários do ex-presidente. Essa medida foi tomada em resposta à quebra de sigilo determinada no âmbito da investigação sobre um suposto esquema de venda de joias recebidas por autoridades em viagens oficiais.

No mês de maio, surgiram suspeitas de movimentações financeiras nas contas pessoais de Bolsonaro e de sua esposa, Michelle Bolsonaro. Na ocasião, os advogados já haviam rebatido as acusações, justificando os saques como pagamentos a pequenos fornecedores realizados pela equipe da Ajudância de Ordens durante o mandato do ex-presidente.

Segundo uma planilha divulgada pela equipe do ex-presidente, foram sacados R$ 644 mil ao longo de quatro anos, o que equivale a uma média de R$ 13 mil por mês. Esse tipo de procedimento era adotado para realizar pagamentos cotidianos a fornecedores de pequeno porte, visando à segurança e à proteção de informações pessoais do casal.

Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação da gestão Bolsonaro e atual assessor, afirmou que esse procedimento foi mantido durante todo o governo, devido à preocupação com possíveis fraudes bancárias e depósitos suspeitos que poderiam afetar a conta do presidente.

No inquérito sobre o suposto esquema de venda de joias, a Polícia Federal encontrou diálogos entre o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente, e assessores de Michelle Bolsonaro, nos quais eles tratam dos saques para pagamento de contas pessoais da então primeira-dama.

Os advogados de Bolsonaro também confirmaram que o ex-presidente transferiu US$ 135 mil para uma conta em seu nome no BB Americas, filial do Banco do Brasil nos Estados Unidos. De acordo com a defesa, o valor foi enviado ao exterior porque Bolsonaro não tinha confiança na condução da economia pelo atual governo.

Na petição apresentada ao STF, os advogados de Bolsonaro garantiram que, durante o seu governo, o ex-presidente seguiu os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. Com a entrega dos extratos bancários, espera-se que essas informações comprovem a regularidade das movimentações financeiras de Bolsonaro durante o seu mandato como presidente do Brasil.

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