Ex-assessor de Bolsonaro nega entrega de “minuta do golpe” em depoimento à Polícia Federal e contesta prisão preventiva.

O ex-assessor da Presidência, Filipe Garcia Martins, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 22, e negou categoricamente ter entregue uma “minuta do golpe” ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa minuta, de acordo com a delação premiada do ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel Mauro Cid, teria previsto a prisão de autoridades e a convocação de novas eleições.

Martins foi um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, que teve início no último dia 8. Esta operação tem como foco investigar uma suposta organização criminosa que teria planejado um golpe de Estado após as eleições de 2022. O ex-assessor acabou sendo um dos quatro aliados do ex-presidente presos preventivamente por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Segundo o ministro, Martins teria entregue a Bolsonaro uma “minuta golpista” que previa a prisão de autoridades e a convocação de nova eleição presidencial. Isso teria sido confirmado pela Polícia Federal a partir da delação premiada de Cid. A corporação alega que Bolsonaro teria solicitado que Martins fizesse alterações na “minuta”, o que teria sido feito pelo ex-assessor. A delação também indica que Bolsonaro teria levado a referida “minuta” para comandantes das Forças Armadas em uma reunião secreta.

No depoimento prestado nesta quinta, Martins confrontou a versão dada por Cid na delação e afirmou que não redigiu ou entregou uma minuta para Bolsonaro, além de negar ter participado de reuniões com temas golpistas. Os advogados de Martins também enviaram uma nota ao Estadão, afirmando que o ex-assessor foi “claro e objetivo” durante o depoimento e expressando confiança de que a análise levará à sua colocação em liberdade.

Martins contestou também a informação dos investigadores de que teria ido para o exterior após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi preso em Ponta Grossa, no Paraná. A defesa de Martins ressalta que a prisão é considerada precipitada e ilegal, e aguarda a decisão referente ao requerimento de revogação da prisão preventiva. Alegam também que a prisão deve persistir apenas em casos excepcionalíssimos, quando a liberdade representar um risco.

Diante de todo esse contexto, o depoimento de Filipe Martins à PF ressalta a importância de uma análise técnica e imparcial para que se garanta o respeito ao princípio constitucional da presunção de inocência. Enquanto aguarda a decisão sobre sua prisão preventiva, o ex-assessor da Presidência demonstra estar tranquilo, porém inconformado com a situação em que se encontra.

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