Escolha de Gonet para Procuradoria-Geral da República revela correlação de forças no poder em Brasília, agrada STF, mas desagrada aliados do PT.

A escolha do subprocurador-geral da República Paulo Gonet para o comando da Procuradoria-Geral da República (PGR) representa muito mais do que apenas o fim de um hiato de dois meses. Ela joga luz sobre a atual correlação de forças existente no núcleo do poder em Brasília, revelando alianças e oposições que se formaram durante o processo de escolha.

A indicação oficializada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira agradou aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, que são os principais defensores do nome de Gonet para comandar o Ministério Público Federal. No entanto, aliados próximos a Lula dentro do próprio PT, que foram contra o nome do subprocurador, saíram perdendo nesse cenário.

Durante a campanha para oficializar um nome para a PGR, Gonet angariou o apoio crucial do ministro da Justiça Flávio Dino, indicado a uma vaga no STF. Além disso, sua ligação com Gilmar Mendes, com quem foi sócio na fundação da instituição de educação IDP, também se mostrou importante. Porém, dentro do PT, nomes importantes como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, entraram em conflito com a escolha de Lula devido a questões passadas.

Gleisi defendia o nome de Antônio Carlos Bigonha, que contava com a simpatia de outros integrantes do partido do presidente e de membros do grupo jurídico Prerrogativas. Além disso, Bigonha tinha o apoio de lideranças do PT, como os ex-ministros José Genoíno e José Dirceu. Esse embate interno no PT revela as tensões existentes dentro do partido em relação à escolha do novo PGR.

Além dos principais candidatos, outros subprocuradores como Luiz Augusto Santos Lima e Aurélio Rios, foram sabatinados informalmente pelo presidente nas últimas semanas. Santos Lima teve o aval do ex-presidente José Sarney, de quem Lula é próximo, e também angariou a simpatia do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Por sua vez, Aurélio Rios era visto com bons olhos por setores do PT e tinha como principal cabo eleitoral o ex-advogado-geral da União Álvaro Augusto Ribeiro Costa, antigo conselheiro jurídico de Lula.

Em resumo, a escolha de Paulo Gonet para a PGR não apenas encerra um período de incerteza, mas revela as intricadas alianças e tensões políticas que permeiam o poder em Brasília, destacando a importância de correlações de forças no atual cenário político.

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