Os quatro sorotipos do vírus da dengue geram imunidade apenas contra o mesmo sorotipo, ou seja, é possível contrair a doença novamente se houver contato com um sorotipo diferente. O retorno do sorotipo 3 é preocupante devido à baixa imunidade da população, já que poucas pessoas tiveram contato com esse vírus desde as últimas epidemias registradas no início dos anos 2000.
O aumento de 53% no número de casos notificados pela Secretaria de Estado da Saúde é um alerta para os especialistas em doenças infectocontagiosas. A infectologista Vânia Pires destaca que a transmissibilidade maior do sorotipo 3 representa um perigo para a população, especialmente diante do calor excessivo e do período chuvoso, que aceleram a evolução do mosquito Aedes aegypti.
O infectologista Fernando Maia ressalta a importância da vacina da dengue, especialmente para as pessoas com menos de 20 anos, que não possuem imunidade contra o sorotipo 3 e apresentam maior índice de hospitalização. Ele alerta que a reinfecção é o principal fator de risco para desenvolver a forma grave da doença.
Para prevenir a propagação da dengue, Vânia Pires destaca a importância da vacinação, aliada às medidas de limpeza e eliminação de criadouros do mosquito. Mesmo que a vacinação em larga escala seja um desafio, a conscientização e o cuidado individual são essenciais para evitar a disseminação da doença. A população mais suscetível deve ser prioritária na vacinação, visando a proteção contra o sorotipo 3 e a prevenção da forma grave da dengue.