A disposição de Júnior em assumir a Amil em “porteira fechada”, absorvendo passivos passados e futuros associados à operadora, foi determinante para fechar o acordo. Isso representa uma mudança significativa, já que os americanos se desvinculam completamente de qualquer responsabilidade relacionada à Amil daqui para frente. O contrato anterior era considerado desvantajoso e, segundo fontes que acompanharam a transação, pesou mais do que o dinheiro na decisão.
Júnior foi assessorado pela BR Partners, Spinelli Advogados e Bichara Advogados e superou a disputa com o empresário Nelson Tanure e a casa de investimentos Bain Capital pela aquisição da Amil. Assumir o passivo da operadora era uma condição crucial para concluir o negócio, uma vez que a Amil ao fechar o ano de 2022 apresentou um prejuízo de R$1,6 bilhão e, no primeiro semestre de 2023, já registrou perda de R$866 milhões.
Os R$2 bilhões pagos por Júnior representam apenas uma fração dos R$10 bilhões desembolsados pela UnitedHealth Group em 2012, quando adquiriu a Amil da família Bueno, fundadora da operadora e atualmente controladora da Dasa. A Amil possui uma carteira com mais de 3 milhões de beneficiários em planos de saúde e mais de 2 milhões em planos odontológicos, além de contar com uma estrutura que inclui quase 20 hospitais, 52 unidades de atendimento, laboratórios e centros de diagnóstico. A transação inclui também a Rede Americas, que possui 28 centros médicos e clínicas, sete centros de excelência e 12 hospitais.
A UnitedHealth Group Brasil foi contatada para comentar sobre a transação, porém não respondeu até o momento da publicação desta reportagem.
