A estratégia de oferecer um valor que englobasse todos os passivos da empresa, mesmo correndo o risco de despesas maiores no futuro, foi o diferencial que garantiu a vitória de Junior nessa negociação. Isso teria sido o motivo pelo qual os investidores americanos da Bain Capital saíram da disputa. Eles procuravam evitar negociações prolongadas que se estenderiam até o próximo ano, algo que o UHG desejava evitar.
A operação agora aguarda aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A Amil, ao ser questionada sobre a transação, respondeu que “o UnitedHealth Group Brasil não comenta especulações de mercado”.
A aquisição da Amil é um marco para José Seripieri Filho, que retorna ao setor de saúde, no qual já havia conquistado grande sucesso. Ele terá o desafio de reestruturar as finanças de uma empresa que, atualmente, apresenta geração de caixa negativa, estimada em R$ 2 bilhões. No ano anterior, a Amil faturou pouco mais de R$ 26 bilhões, mas registrou um prejuízo de R$ 1,7 bilhão.
Surpreendendo o mercado, a arrancada de Junior nas negociações foi inesperada, superando a oferta de Nelson Tanure, que chegou a R$ 2,5 bilhões. O aumento repentino na oferta impressionou pessoas próximas às negociações, que esperavam que Seripieri Filho não acompanharia o movimento.
O empresário voltou ao setor de saúde após ter vendido o controle da Qualicorp em 2019 e, no ano seguinte, aberto a QSaúde. Seu retorno é marcado por uma das maiores aquisições no setor de planos de saúde, consolidando ainda mais sua presença e influência no mercado.