Em sessão especial, Assembleia debate sobre a abordagem do glaucoma na saúde pública.

A Assembleia Legislativa de Alagoas sediou, na passada segunda-feira, uma sessão exclusiva para discutir o tratamento do glaucoma através do sistema público de saúde do estado. A iniciativa foi da deputada Rose Davino (PP) que levou a público uma preocupação latente: mais de 20 mil pacientes só na capital, Maceió, e um ainda maior contingente no interior, poderão perder a visão se não receberem tratamento adequado.

A parlamentar também solicita o efetivo cumprimento da Portaria nº 957, de 15 de maio de 2008, do Ministério da Saúde, que estabelece a Política Nacional de Atenção em Oftalmologia, a ser respeitada por todas as unidades federadas, considerando as competências das três esferas de gestão.

Davino realçou que o tratamento do glaucoma demanda o cuidado contínuo de especialistas e o fornecimento rigoroso de medicamentos, especificamente os colírios. Ela destacou um entendimento firmado em 2018 entre o Ministério Público Federal, a Defensoria Pública e os entes públicos, estabelecendo medidas a serem seguidas, incluindo o fornecimento de colírio para pacientes com glaucoma. Entretanto, essas diretrizes segundo ela, estão sendo insuficientemente aplicadas e a sequência lógica de cuidados não está sendo seguida.

O diagnóstico do oftalmologista Leopoldo Barbosa, especialista em catarata e glaucoma, é de que o glaucoma pode conduzir à cegueira se não for corretamente tratado. O tratamento ininterrupto e eficaz associado à disponibilidade constante dos colírios por parte do serviço público são, segundo ele, preponderantes para o controle da doença e para prevenir a evolução para a cegueira.

Marisa Sousa, presidente da Associação Alagoana dos Portadores do Glaucoma (AAPG), aborda a dificuldade que os pacientes têm para seguir o tratamento prescrito, sobretudo no que se refere à obtenção dos colírios. A distribuição dos medicamentos em casa seria uma solução, já que muitos pacientes dependem de terceiros ou de transporte público local para se deslocarem às clínicas de recolha.

Nota-se a relevância do tratamento adequado e ininterrupto do glaucoma, principalmente com a distribuição efetiva dos colírios. Este problema foi ressaltado por vários pacientes com glaucoma que se manifestaram durante a sessão e pediram auxílio dos entes públicos. A sessão contou também com a presença de médicos, familiares de pacientes e outros membros da sociedade.

Glaucoma

O Ministério da Saúde (MS) estima que a doença, cujo tratamento é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), afeta entre 2% e 3% da população brasileira com mais de 40 anos. Diabetes, herança genética, miopia e lesões oculares são as principais causas da doença, que na maioria das vezes afeta ambos os olhos.

O MS oferece exames como a Tonometria, para medir a pressão intra-ocular, a Campimetria, que permite avaliar as possíveis danos que o glaucoma causou no campo de visão, a Oftalmoscopia ou exame do fundo do olho e a Gonioscopia, que registra a sensibilidade das áreas visuais de cada olho através de um gráfico.

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