Em crise, hospital em área de risco em Maceió fecha sem previsão de reabertura, deixando pacientes desamparados e indignados.

A situação de emergência decretada em Maceió e os alertas para risco de colapso na região do Mutange levaram a prefeitura a evacuar o Hospital Geral Sanatório na última quinta-feira, 30 de novembro. Embora todos os pacientes tenham sido transferidos, quatro dias depois, ainda há pessoas que dependem da unidade de saúde para tratamentos ou exames e se deparam com as portas fechadas, sem saber para onde ir. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, no entanto, o sistema do município consegue absorver o fluxo de pacientes.

Um dos pacientes afetados pela situação é o pedreiro Félix Silva de Assis, que foi ao hospital na manhã de segunda-feira, 4, e encontrou as portas fechadas. Com um diagnóstico de câncer raro que o impede de fazer hemodiálise ou transplante, ele expressou sua revolta com a situação. Outros pacientes que utilizam os serviços do Hospital Sanatório também foram ao local em vão, reclamando da falta de informações e da necessidade de buscar atendimento em outros locais deslocados.

A origem do problema está relacionada ao risco de colapso de uma mina da petroquímica Braskem na região, que pode ocorrer a qualquer momento devido à extração de sal-gema em 35 poços abertos. A empresa afirmou que mantém o monitoramento e isolamento das áreas mais críticas, e que o ritmo do afundamento da mina diminuiu.

Após a evacuação do hospital, 81 pacientes foram removidos para a Santa Casa de Misericórdia de Maceió, o Hospital Universitário Dr. Alberto Antunes e ao Hospital Veredas, e os pacientes em hemodiálise foram realocados em outros quatro serviços da capital. No entanto, questões ainda pairam sobre para onde serão encaminhados os pacientes que chegam ao Hospital Sanatório.

Toda a situação é agravada pela localização do hospital em uma área considerada de risco, entre os bairros do Pinheiro e Bebedouro, onde a vegetação cresce em meio às casas desocupadas e os acessos foram concretados. A região, que já havia sido impactada por um tremor de terra em 2018, está atualmente com problemas de deslocamento da mina da Braskem, que apresenta uma desaceleração, mas ainda representa um risco iminente.

A população afetada pela evacuação do Hospital Sanatório se vê em meio a uma situação complexa, dependendo de serviços de saúde que agora estão deslocados e sem respostas claras sobre como proceder. A situação evidencia a necessidade de soluções e respostas rápidas por parte das autoridades e prestadores de serviços de saúde.

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