Eleições em Portugal podem consolidar ascensão da extrema direita, com partido Chega podendo triplicar número de deputados para 32.

Em um cenário político cada vez mais polarizado, Portugal enfrenta um momento crucial em sua história com o crescimento da extrema direita e a ascensão do partido radical Chega. Em menos de cinco anos, o país deixou de ser um dos poucos na Europa sem representantes desse espectro político no Parlamento, e as eleições de hoje prometem consolidar o partido como uma força significativa, com a possibilidade de triplicar o número de deputados, chegando a 32 dos 230 assentos.

As pesquisas indicam uma disputa acirrada entre os tradicionais Partido Socialista (PS), de esquerda, e Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, que historicamente se alternam no poder. Enquanto isso, o Chega se firma como a terceira força política, atraindo eleitores brasileiros dentro e fora de Portugal.

Segundo o cientista político António Costa Pinto, o sucesso do Chega se deve à habilidade do partido em ocupar um espaço negligenciado pelo PSD, que acabou por adotar parte do discurso radical para não perder eleitores. A insatisfação crescente com escândalos de corrupção envolvendo figuras proeminentes da política portuguesa também contribui para o fortalecimento do Chega entre os eleitores mais jovens.

A influência de líderes populistas internacionais, como Jair Bolsonaro e Marine Le Pen, e a disseminação de discursos anti-imigração e anticorrupção nas redes sociais têm impulsionado a ascensão do partido de André Ventura. No entanto, críticos alertam para os perigos de adotar soluções simplistas para problemas complexos, como propostas autoritárias e xenófobas.

O engajamento de brasileiros com o Chega, mesmo à distância, tem chamado a atenção de ativistas e personalidades da comunidade brasileira em Portugal, que têm se manifestado contra o avanço da extrema direita no país. O discurso discriminatório e xenófobo do partido em relação aos ciganos e imigrantes revela um cenário alarmante, com raízes históricas e ecos da ditadura.

Diante desses desafios, a sociedade portuguesa enfrenta uma encruzilhada perigosa, onde o avanço da extrema direita ameaça corroer os alicerces da democracia e dos direitos humanos. O resultado das eleições de hoje terá um impacto significativo no futuro do país e na preservação dos valores democráticos que sempre foram caros aos portugueses.

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