As pesquisas indicam uma disputa acirrada entre os tradicionais Partido Socialista (PS), de esquerda, e Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, que historicamente se alternam no poder. Enquanto isso, o Chega se firma como a terceira força política, atraindo eleitores brasileiros dentro e fora de Portugal.
Segundo o cientista político António Costa Pinto, o sucesso do Chega se deve à habilidade do partido em ocupar um espaço negligenciado pelo PSD, que acabou por adotar parte do discurso radical para não perder eleitores. A insatisfação crescente com escândalos de corrupção envolvendo figuras proeminentes da política portuguesa também contribui para o fortalecimento do Chega entre os eleitores mais jovens.
A influência de líderes populistas internacionais, como Jair Bolsonaro e Marine Le Pen, e a disseminação de discursos anti-imigração e anticorrupção nas redes sociais têm impulsionado a ascensão do partido de André Ventura. No entanto, críticos alertam para os perigos de adotar soluções simplistas para problemas complexos, como propostas autoritárias e xenófobas.
O engajamento de brasileiros com o Chega, mesmo à distância, tem chamado a atenção de ativistas e personalidades da comunidade brasileira em Portugal, que têm se manifestado contra o avanço da extrema direita no país. O discurso discriminatório e xenófobo do partido em relação aos ciganos e imigrantes revela um cenário alarmante, com raízes históricas e ecos da ditadura.
Diante desses desafios, a sociedade portuguesa enfrenta uma encruzilhada perigosa, onde o avanço da extrema direita ameaça corroer os alicerces da democracia e dos direitos humanos. O resultado das eleições de hoje terá um impacto significativo no futuro do país e na preservação dos valores democráticos que sempre foram caros aos portugueses.