Egito enfrenta pressão internacional para abrir fronteira com Gaza e permitir fuga dos habitantes em meio a escalada do conflito

Desde o início da escalada do conflito armado entre Israel e o Hamas, há quase uma semana, o Egito tem sido alvo de pressão por parte da comunidade internacional para que abra sua fronteira com Gaza, garantindo uma rota de fuga segura para os mais de 2 milhões de habitantes da região. No entanto, o Cairo tem resisitido e continua impedindo a passagem. As consequências disso têm sido cada vez mais dramáticas, principalmente depois que o Exército israelense ordenou, nesta sexta-feira, a retirada imediata de 1,1 milhão de pessoas para o sul do enclave.

O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, tem se mantido firme em sua decisão de não abrir a fronteira, dirigindo-se aos palestinos de Gaza e ignorando as pressões externas. Segundo ele, as pessoas devem permanecer firmes em suas terras. Essa postura encontra respaldo em diversos fatores, sendo o receio de uma crise interna e a aproximação com Israel os principais deles.

O Egito teme passar por uma nova instabilidade interna, uma vez que passou por uma contrarrevolução após a Primavera Árabe e ainda está em processo de reconstrução. Além disso, a paz com Israel tem se aquecido cada vez mais, com investimentos israelenses na economia egípcia. Abrir a fronteira de Gaza poderia ser interpretado como uma conivência com o Hamas, o que não é do interesse do Egito.

Outra preocupação do Egito é a possibilidade de se tornar o administrador de Gaza, algo que o país não poderia aceitar. O enclave sempre foi uma questão problemática para o presidente al-Sisi, visto que seus laços estreitos com Israel e os Estados Unidos colidem com as opiniões pró-palestinos do povo egípcio. Ainda há desconfiança em relação ao grupo terrorista Hamas, que governa a região desde 2007.

A fronteira entre o Egito e Gaza, em Rafah, é o único ponto sem controle israelense e costuma estar aberta na maior parte do tempo. No entanto, o bloqueio israelense imposto desde 2007 tem dificultado a circulação de pessoas. Qualquer outra alternativa de rota de fuga para os palestinos em Gaza passaria por Israel, o que é inviável devido à forte união israelense contra qualquer ameaça.

Diante desse impasse, o presidente Lula, por meio de suas redes sociais, pediu um corredor humanitário ligando a Faixa de Gaza ao Egito. Ele conversou com o presidente de Israel, Isaac Herzog, e colocou o avião presidencial à disposição para resgatar os que estão em Gaza, incluindo um grupo de nacionais alojados em uma escola. No entanto, a diplomacia do Egito afirma que a fronteira em Rafah está “aberta” e “em operação”, mas que a infraestrutura do lado palestino foi destruída pelos bombardeios israelenses, dificultando a circulação de pessoas.

Em resumo, o Egito está enfrentando pressões para abrir sua fronteira com Gaza e permitir a fuga dos habitantes do enclave, mas tem resistido a essas pressões por medo de instabilidade interna, aproximação com Israel, passagem do Hamas e outros fatores. A situação tem gerado consequências dramáticas para os palestinos em Gaza, que enfrentam um bloqueio israelense severo e se veem sem uma rota de fuga segura. O impasse continua e a comunidade internacional busca soluções para assegurar a proteção dos civis afetados pelo conflito.

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