Egito considera deslocamento forçado de palestinos de Gaza uma linha vermelha para as relações com Israel.

O deslocamento forçado de habitantes de Gaza para o sul da Faixa e o agravamento da crise humanitária na região geram preocupação no Cairo. Autoridades egípcias veem com receio a possibilidade de que os moradores sejam expulsos para o Sinai ou que fiquem em uma situação tão precária a ponto de tentarem cruzar a fronteira. Essa questão é considerada uma linha vermelha que poderia abalar as relações entre Egito e Israel.

O conflito militar em Gaza já resultou em dois grandes fluxos de deslocamento forçado para o sul. Primeiro, as operações do exército israelense se concentraram na metade norte do enclave, ordenando que seus habitantes se deslocassem para o sul. Depois, com a ofensiva terrestre israelense se estendendo para o sul, dezenas de milhares de pessoas foram forçadas a fugir para regiões próximas ao Egito. É estimado que 85% da população de Gaza, cerca de 1,8 milhão de pessoas, esteja deslocada internamente devido ao conflito.

A situação no sul de Gaza está se deteriorando rapidamente, com superlotação, escassez de alimentos e água, além de condições precárias de saúde e saneamento. O colapso do sistema de saúde no sul pode resultar em mais mortes por doenças do que por bombardeios em breve. O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou em uma carta ao Conselho de Segurança que a ordem pública em Gaza pode desintegrar-se completamente em breve.

O Egito tem expressado preocupação com a pressão em sua fronteira com Gaza e comunicou aos EUA e a Israel que consideraria uma ruptura em suas relações se a campanha militar em Gaza forçasse os habitantes do enclave palestino a fugirem para o Sinai em busca de refúgio. O ministro da Defesa egípcio afirmou que as forças armadas do país estão preparadas para preservar a segurança diante de qualquer agressão no solo egípcio.

A entrada de suprimentos em Gaza tem sido escassa devido aos obstáculos e restrições impostos por Israel. A ajuda humanitária é fundamental para garantir condições satisfatórias de segurança, abrigo, nutrição e higiene, mas tem sido dificultada pelos cortes nas telecomunicações e na intensidade dos ataques na região.

O Egito, juntamente com a Jordânia e a Autoridade Palestina, tem se mostrado preocupado com a possibilidade de Israel expulsar os palestinos de Gaza para o Sinai. Esta situação poderia transformar o Sinai em uma base para os movimentos de resistência palestinos, o que o Egito rejeita. O colapso no sul de Gaza está se acelerando devido à escassa ajuda humanitária que chega à Faixa e o impedimento de entrega de ajuda pode constituir um crime internacional, segundo o promotor do Tribunal Penal Internacional.

No entanto, a crise humanitária em Gaza persiste, com escassez de suprimentos e falta de condições satisfatórias para a população deslocada. Palestinenses estão em situação precária devido à intensificação do conflito, e a pressão na fronteira com o Egito preocupa as autoridades do país. A comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas, tem pedido medidas urgentes para garantir a segurança e o bem-estar da população de Gaza diante da crise humanitária que se agrava na região.

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