Educadores refletem sobre trajetória e celebram conquistas na rede pública de Alagoas

“Para mim, ser professor é um caso de amor: amor aos livros, aos alunos e à transformação”. A reflexão poética da professora Évila Canuto mostra a dimensão da missão do professor na sociedade. O sucesso em qualquer carreira tem neste profissional o seu primeiro incentivo.

Na rede estadual de Alagoas, são aproximadamente 6.600 educadores de 310 escolas que, diariamente, buscam mudar a vida de seus alunos. Com mais de 25 anos de magistério, Évila, de Palmeira dos Índios, e José Luiz de Oliveira, de Maceió, são dois deles. Nesta reportagem especial em comemoração ao Dia do Professor, eles falam do seu amor pela educação, sua trajetória e as mudanças que presenciaram na rede estadual nos últimos seis anos.

Avanços e conquistas


Em sua trajetória na Educação, Zé Luiz e Évila já viram muita coisa. Entre elas, apontam as conquistas e avanços para a categoria nestes seis anos de gestão Renan Filho, o que inclui desde a descentralização de recursos para as escolas, pagamento de benefícios e bolsas para os professores até a tão aguardada melhoria salarial, cujo projeto de lei foi anunciado pelo governador e já está tramitando.

Zé Luiz, por exemplo, foi um dos beneficiados com o auxílio do Conecta Professor, cujos recursos ajudarão no seu trabalho remoto. “Graças ao Conect, melhorei minha interação com os alunos e, com a verba recebida, pude adquirir um computador que melhorou minhas aulas e minha missão de levar conhecimento”, frisa.

Évila lembra das dificuldades enfrentadas pelos gestores antes da descentralização de recursos, quando as unidades não tinham autonomia financeira e dependiam da Seduc para a compra de material e execução de pequenos reparos.

“Lembro-me que nas gestões passadas, tínhamos uma terrível dificuldade para se buscar recursos, todas as compras eram via Seduc. Hoje, os recursos vão direto para escola, dando-nos autonomia. E agora, essa valorização profissional tão sonhada por nós, profissionais da educação, chegou como um presente antecipado do Dia do Professor com o Avança Escola 10”, comemora.

Acima de tudo, um amigo


Há 27 anos da rede estadual, o professor de Geografia, José Luiz de Oliveira, carinhosamente chamado de Zé Luiz por alunos e companheiros de profissão,  dedica sua vida, dia e noite, para garantir que seus estudantes tenham acesso, não só ao conhecimento, mas que vejam nele um amigo. Para ele, a profissão vai além de ministrar conteúdos: é ensinar seu aluno a ser um bom cidadão.

“Quando decidi ser professor, eu sabia que não iria apenas ensinar, mas também aprenderia com o meu aluno. Devemos cuidar para que este estudante tenha não apenas o aprendizado de componentes curriculares, mas bons ensinamentos para toda a vida. A escola passa, mas o impacto de um bom professor é eterno. A nossa profissão é ainda mais gratificante quando somos lembrados além da sala de aula”, comenta, emocionado, Zé Luiz, recentemente eleito diretor-adjunto da Escola Estadual Miran Marroquim, no bairro do Jacintinho.

Despertar precoce

“Uma coisa é certa: desde aquela época, eu já me sentia realizada, porque até hoje coloco amor em tudo que faço”.

Ao relembrar seus primeiros passos no magistério, Maria Évila Marques Canuto evidencia uma vocação que se manifestou bem cedo: tendo a mãe como referência, a então jovem de 15 anos descobriu a paixão por ensinar quando dava aulas de catequese em sua paróquia. A partir daí, seu destino já estava selado e, aos 22, ingressava na rede estadual como professora de Ensino Religioso na Escola Estadual Victorino da Rocha, onde, posteriormente, viria a ser diretora-adjunta.

Após passar um período em Arapiraca, onde, já graduada em Letras, começou a dar aulas de Língua Inglesa, retorna a Palmeira dos Índios em 2001, quando foi aprovada em seu segundo concurso. Foi então lotada na Escola Estadual Humberto Mendes, onde, de 2013 a 2015, foi diretora-adjunta.

Na “Gigante do Asfalto”, como é conhecida a escola, coordenou projetos destaque, como “Welcome to Palmeira”, premiado com a medalha de prata na Feira de Ciências e Engenharia da USP. Também participou do “Dreams and Teams”, ação do Consulado Britânico que lhe rendeu um intercâmbio no Reino Unido e, em 2013, voltaria a ser premiada na IV Conferência Nacional pelo Meio Ambiente com o projeto “Atitudes na Escola, Mudanças para o Mundo”, 1º lugar no segmento “Terra”.

Outra premiação viria em 2018, com o Projeto Autobiografia, onde estudantes contaram a sua história de vida e representantes da sociedade palmeirense foram convidados a serem “padrinhos” destes alunos, ajudando a realizar alguns de seus sonhos. Esta iniciativa lhe rendeu a Comenda Graciliano Ramos da Câmara de Vereadores local.

A conscientização ambiental, por sinal, tem sido um dos principais motes de seus mais recentes projetos na escola. Em 2019, “o Linha Sem Lixo”, mobilizou comunidade escolar e sociedade para a conscientização acerca do descarte de lixo na linha férrea de Palmeira dos Índios e foi selecionado para a Febrace 2020. Agora, em 2021, uma nova ação, o “Recicla Palmeira” promete unir a todos em prol da adoção de práticas mais sustentáveis.

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