Essa ação foi desencadeada pela solicitação do Ministério Público Federal (MPF), que questionou a instituição se tinha concedido honrarias a pessoas ligadas ao regime militar. Esse movimento da UFPel se soma a uma tendência que vem sendo observada em diversas universidades públicas brasileiras desde 2015, quando começaram a ser revogados títulos concedidos a autoridades do período da ditadura.
Universidades como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) já tomaram medidas similares, revogando títulos dados a figuras como Emilio Garrastazu Médici e Jarbas Passarinho. Essa tendência demonstra um movimento de resgate da memória histórica e de reparação simbólica diante do período de repressão vivido durante os anos de chumbo.
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) documentou episódios de extrema violência, controle político, censura, tortura e assassinatos durante a ditadura militar no Brasil, tornando ainda mais evidente a importância de reverenciar a democracia e os direitos humanos. Nesse sentido, as universidades têm um papel fundamental ao resgatar sua história e promover a justiça simbólica ao cassar títulos concedidos a figuras ligadas a um período sombrio de nossa história.
A decisão da UFPel se alinha a um movimento mais amplo de reconstrução da memória coletiva e de valorização dos princípios democráticos, resgatando a dignidade das vítimas da ditadura militar e reafirmando o compromisso com a verdade e a justiça. É um passo significativo rumo a uma sociedade mais justa e democrática, que aprende com os erros do passado e busca construir um futuro baseado nos valores da liberdade e da igualdade.