Em 2021, as verbas destinadas a investimentos nas 69 instituições de ensino federais totalizaram R$ 131,6 milhões, o que representa a menor quantia anual investida nas universidades desde o ano 2000. Já em 2022, foram R$ 188,7 milhões, o segundo menor montante anual de recursos investidos nas universidades públicas federais, desde 2000.
O levantamento ainda destaca que o terceiro ano com a menor quantidade de investimentos, a exemplo dos outros dois, também ocorreu durante o governo de Jair Bolsonaro: 2019, quando foram investidos 194,6 milhões. O quarto pior ano em investimentos foi 2002, quando havia 45 universidades federais no país.
Os cortes nos investimentos têm gerado impactos negativos, de acordo com a coordenadora do Sou Ciência e reitora da Unifesp de 2013 a 2021, professora Soraya Smaili. Ela destaca que as universidades federais estão atualmente com centenas de obras paradas e com problemas graves em suas infraestruturas. Além disso, os cortes têm prejudicado a área de pesquisa e outras atividades desenvolvidas pelas instituições.
Segundo o Painel Financiamento da Ciência e Tecnologia, os quatro anos com os maiores valores de investimento nas universidades públicas federais ocorreram em 2014, 2013, 2011 e 2012. O painel ainda destaca que, entre 2000 e 2002, o governo Fernando Henrique Cardoso criou cinco universidades federais. Lula criou oito no primeiro mandato e seis no segundo. As quatro seguintes vieram no primeiro mandato de Dilma Rousseff. De setembro de 2016 a dezembro de 2018, Michel Temer criou cinco universidades. Bolsonaro criou uma em 2019.
O Painel Financiamento da Ciência e Tecnologia foi lançado nessa terça-feira (21), e está disponível no site da Unifesp. De acordo com Soraya Smaili, é fundamental que haja um maior investimento nas universidades federais para garantir a qualidade da educação, pesquisa e extensão, além da manutenção de infraestrutura e na formação de novos profissionais.