ECONOMIA – Trabalho remoto no Brasil alcança 9,5 milhões de pessoas, representando 9,8% da população ocupada, revela pesquisa.

No quarto período de 2022, o Brasil contabilizou cerca de 9,5 milhões de pessoas trabalhando remotamente. Esse contingente representa 9,8% do total de 96,7 milhões de pessoas ocupadas que não estavam afastadas do trabalho. Dentre esses números, estão incluídos os 2,1 milhões de indivíduos que exerciam suas atividades remotamente, porém sem utilizar equipamentos de tecnologia da informação e comunicação (TIC) para desempenhar suas funções laborais.

É importante ressaltar que aproximadamente 7,4 milhões de pessoas estavam engajadas no teletrabalho, que é considerado um subgrupo do trabalho remoto. Nesse caso, os profissionais realizavam suas tarefas, pelo menos em parte, em um local alternativo ao local de trabalho padrão, utilizando equipamentos de TIC. Para exemplificar, se uma pessoa está em trabalho remoto e utiliza o computador como ferramenta de trabalho, ela estaria enquadrada no teletrabalho. Essas informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio do módulo Teletrabalho e Trabalho por Meio de Plataformas Digitais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que está em fase experimental.

Com base na mesma pesquisa, está claro que o teletrabalho vem ganhando mais espaço no mercado de trabalho, especialmente nos últimos anos, em decorrência da pandemia de covid-19 e da necessidade de isolamento social. Porém, apesar do retorno presencial de muitos trabalhadores após o fim da situação de emergência em saúde pública, ainda há uma parcela que permanece trabalhando remotamente, mesmo que de forma parcial.

No âmbito do teletrabalho, as atividades do setor de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas se destacaram, representando aproximadamente 25,8% das pessoas envolvidas nesse tipo de trabalho. Em seguida, aparecem as atividades por administração pública (11,1%) e educação e saúde (9,8%), que também foram segmentos com grandes percentuais de pessoas trabalhando remotamente.

Quando se trata das características desses trabalhadores, observa-se que há uma maior presença de mulheres (8,7%) em relação aos homens (6,8%) no teletrabalho. Além disso, as pessoas brancas são maioria nessa modalidade (11,0%), seguidas por pretos (5,2%) e pardos (4,8%). Em relação à faixa etária, o grupo de 25 a 39 anos é o que apresenta o maior percentual de trabalhadores em teletrabalho, com 9,7%. Por outro lado, os adolescentes entre 14 e 17 anos são os que possuem a menor proporção nessa situação, com apenas 1,2%.

No que diz respeito à escolaridade, o levantamento mostrou que apenas 0,6% dos ocupados que não possuíam ensino fundamental completo trabalhavam remotamente utilizando equipamentos de TIC. Já entre aqueles com ensino superior completo, o percentual atingiu 23,5%.

No que diz respeito aos rendimentos, foi constatado que o rendimento médio da população ocupada no país em 2022 foi de R$ 2.714. Porém, para aqueles que fizeram pelo menos um dia de teletrabalho, esse valor foi 2,4 vezes maior, alcançando R$ 6.479. Vale ressaltar que essa diferença se deve não somente ao uso do teletrabalho, mas também à presença de profissionais com salários mais altos, como gerentes e profissionais das ciências e intelectuais.

No aspecto regional, o Centro-Oeste registrou o rendimento médio mais elevado para os teletrabalhadores (R$ 7.255), enquanto o Nordeste registrou o menor (R$ 4.820). É importante destacar que, em todas as regiões, a média dos teletrabalhadores foi superior à média dos que não estavam envolvidos nessa modalidade.

Por fim, verifica-se que a categoria profissional com maior prevalência no teletrabalho foi a de empregadores (16,6%). Em seguida, aparecem os empregados no setor público (11,6%) e os empregados no setor privado com carteira assinada (8,2%).

Essas informações são essenciais para compreender melhor o fenômeno do teletrabalho, fornecendo dados valiosos sobre o perfil dos trabalhadores engajados nessa modalidade e as atividades econômicas em que ela é mais frequente. No entanto, é importante ressaltar que as estatísticas são experimentais e estão sujeitas a avaliação.

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