ECONOMIA – Taxas médias de juros bancários diminuem para 44,3% a.a., mantendo tendência de redução dos últimos meses.

Pelo segundo mês consecutivo, a taxa média de juros das concessões de crédito livre registrou uma queda, passando de 44,6% para 44,3% ao ano em julho. Essa redução de 0,3 ponto percentual (pp) no período foi divulgada pelo Banco Central (BC), por meio da publicação Estatísticas Monetárias e de Crédito.

No entanto, ao analisar um período de 12 meses, os juros médios apresentaram um aumento de 3,9 pontos percentuais. Nas novas contratações para empresas, a taxa média do crédito livre subiu para 23,3% ao ano, um acréscimo de 0,3 pp em relação ao mês anterior. De acordo com o BC, esse aumento é resultado de um impacto sazonal.

No caso das contratações com as famílias, a taxa média de juros atingiu 58,5% ao ano em julho, com uma redução de 0,6 pp no mês. No entanto, em um período de 12 meses, houve um aumento de 5,1 pp.

É importante destacar que, no crédito livre, os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já no crédito direcionado, as regras são determinadas pelo governo e destinam-se principalmente aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e microcrédito.

No caso do crédito direcionado para pessoas físicas, a taxa ficou em 12% ao ano em julho, sem variação em relação ao mês anterior. Já para as empresas, houve uma redução de 1,6 pp no mês e uma diminuição de 6,4 pp em 12 meses, chegando a 10,3% ao ano.

O comportamento dos juros bancários está ocorrendo em um momento em que se espera uma queda da taxa básica de juros da economia, a Selic. Com a redução da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC iniciou um ciclo de redução da Selic. A previsão é que a taxa caia para 11,75% até o final do ano.

Essa redução da taxa básica influencia diretamente nos juros bancários, pois juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, o que ajuda a controlar a inflação.

No que diz respeito ao cartão de crédito, as taxas para pessoas físicas sofreram uma redução média de 1,5 pp no mês, mas apresentaram um aumento de 17,5 pp em 12 meses, atingindo 102,7% ao ano. O crédito rotativo, modalidade em que o consumidor paga menos que o valor integral da fatura, teve um crescimento de 8,7 pp em julho e de 50,8 pp em 12 meses, chegando a 445,7% ao ano.

Outras modalidades de crédito também registraram variações nos juros. O cheque especial teve uma queda de 2 pp no mês e um aumento de 5,1 pp em 12 meses, totalizando 132,5% ao ano. Já a taxa de juros do crédito consignado apresentou uma redução de 0,5 pp no mês e um aumento de 0,4 pp em 12 meses, chegando a 25,4% ao ano.

É importante ressaltar que a taxa de inadimplência se manteve estável, com pequenas oscilações, ficando em 3,6% em junho. O endividamento das famílias também registrou queda, sendo de 48,3% em relação à renda acumulada em 12 meses.

No geral, a concessão de crédito teve um aumento de 3,1% para pessoas físicas e uma redução de 15,5% para empresas no último mês.

O estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos ficou em R$ 5,405 trilhões em julho, com uma variação negativa de 0,2% em relação a junho. Nesse cenário, é importante destacar que o crédito total cresceu 8,2% em julho, mantendo uma tendência de desaceleração observada desde meados de 2022.

Em termos de endividamento, o Banco Central considera que há uma estabilidade com pequenas oscilações e estável há bastante tempo. Por isso, é fundamental acompanhar esses indicadores e analisar os principais fatores que influenciam nesse cenário econômico.

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