O estudo apontou que, em 2022, o percentual da população em situação de pobreza na região reduziu para 29%, enquanto a extrema pobreza atingiu 11,2%, retomando níveis semelhantes aos de 2019. Apesar dessas melhorias, o relatório ressalta que o número de pessoas ainda vivendo em condições precárias permanece elevado.
O secretário-executivo da Cepal, José Manuel Salazar-Xirinachs, destacou a realidade preocupante, enfatizando que quase um terço da população da região vive em situação de pobreza, com uma incidência ainda maior entre mulheres, população indígena e habitantes de áreas rurais.
Além disso, o relatório apontou que a região enfrenta uma crise laboral, com a criação de empregos entre 2014 e 2023 atingindo o menor índice dos últimos 73 anos. Cerca de metade da população empregada está na informalidade, com quatro em cada dez trabalhadores ganhando menos de um salário mínimo e sem contribuir para pensão ou aposentadoria.
Outro ponto abordado foi a disparidade de gênero no mercado de trabalho, com 74,5% dos homens ocupados em comparação a apenas 51,9% das mulheres. O desemprego entre mulheres também é maior, atingindo 8,6% em comparação aos 5,8% entre os homens.
A Cepal enfatizou a necessidade de crescimento econômico sustentável e investimento em políticas de desenvolvimento produtivo e proteção social para garantir a inclusão laboral na região. O relatório também alertou que a taxa de crescimento do PIB da América Latina e do Caribe registrou uma queda, com a estimativa para 2024 sendo de apenas 1,5%.
Diante desse cenário, a compreensão das desigualdades sociais e a implementação de políticas eficazes para garantir a inclusão laboral e a redução da pobreza na região se tornam questões urgentes e essenciais para o desenvolvimento social inclusivo na América Latina e no Caribe.