Essa redução no déficit projetado é resultado da melhora do saldo comercial, que teve um aumento de R$ 54 bilhões para R$ 68 bilhões. Esse aumento no saldo comercial é reflexo do crescimento do valor das exportações, que passaram de US$ 335 bilhões para US$ 341 bilhões, e da redução do valor das importações, que caíram de US$ 281 bilhões para US$ 273 bilhões.
A projeção de valor exportado teve uma revisão principalmente devido ao aumento do volume de produtos básicos, como petróleo e minério de ferro. Além disso, a expectativa de exportação de commodities agrícolas, como soja e milho, também teve uma elevação devido à safra recorde de grãos. Já nas importações, a redução deve-se principalmente ao recuo nos preços dos bens intermediários e dos bens de consumo duráveis.
Em relação às contas de serviços, a projeção de déficit se manteve em US$ 36 bilhões, abaixo do registrado no ano anterior. Esse resultado é resultado da redução dos déficits nas subcontas de transporte e viagens, que foram compensados pelo aumento nos gastos com outros serviços, como aluguel de equipamentos e despesas com jogos e apostas.
No que diz respeito à conta de renda primária, a projeção de déficit foi revisada para cima, devido às maiores despesas líquidas com juros e aos lucros e dividendos, que devem igualar a marca do ano anterior, a maior em 10 anos.
Na parte de investimentos estrangeiros, a projeção de Investimento Direto no País (IDP) em 2023 foi reduzida de US$ 75 bilhões para US$ 65 bilhões, equivalente a 3% do Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, espera-se uma redução nas amortizações de empréstimos intercompanhia.
Para os investimentos em carteira, a projeção foi revisada para entradas líquidas de US$ 10 bilhões. Essa revisão se deve ao saldo positivo concentrado em títulos observado até julho deste ano, além da melhora no ambiente para emissões de títulos no exterior.
Pela primeira vez, o BC também apresentou a previsão para as contas externas do país em 2024, que é de um déficit de US$ 37 bilhões. Essa projeção considera um avanço maior nas exportações em relação às importações, com a perspectiva de um novo recorde no saldo comercial, de US$ 71 bilhões.
Em resumo, as projeções do Banco Central indicam uma melhora no saldo das contas externas do Brasil, com uma redução no déficit para as transações correntes e uma expectativa de aumento nas exportações. Essa melhora é resultado do aumento do valor exportado, principalmente de produtos básicos, e da redução nas importações, especialmente nos preços dos bens intermediários e dos bens de consumo duráveis. Além disso, as projeções também apontam uma redução nas despesas de renda primária e uma expectativa de queda nas amortizações de empréstimos intercompanhia. No entanto, as projeções também indicam uma redução no IDP e uma expectativa de entrada líquida em investimentos em carteira.