Segundo Campos Neto, as próximas duas reuniões do Copom estão marcadas para janeiro e março do ano que vem, e a seguinte será em maio. Atualmente, a taxa Selic encontra-se em 11,75% ao ano, após quatro reduções seguidas de 0,5 ponto percentual. No corte mais recente, neste mês, o comitê comunicou que deve manter o ritmo de redução “pelas próximas reuniões”, deixando em aberto quanto duraria o ciclo de baixa.
O presidente do BC ressaltou que a decisão do Copom em manter um guidance curto é compatível com a atual incerteza e visibilidade no cenário econômico. Ele enfatizou que essa é a forma de conduzir a política monetária minimizando custos e ruídos. Contudo, ele destacou que “a gente não garante nada”, e que as indicações de corte nas próximas duas reuniões podem ser reavaliadas a cada encontro.
Campos Neto também abordou a possível relação entre a flexibilização da meta fiscal do governo e o ritmo de queda de juros. Ele explicou que, embora a relação exista, não é mecânica e que há outros fatores que podem compensar um eventual aumento de gastos estatais, como a aprovação de reformas, como a tributária.
O presidente do Banco Central também fez questão de parabenizar o governo, e em especial o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela aprovação da reforma tributária. Ele ressaltou que a agenda reformista “compensou” a pressão do governo por mais gastos, mantendo as expectativas para a inflação estáveis.
Além disso, durante a coletiva, o BC divulgou o Relatório Trimestral de Inflação, no qual subiu ligeiramente, de 2,9% para 3%, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Ainda segundo o relatório, a probabilidade de que a inflação de 2023 estoure a meta (4,75%) neste ano caiu de 67% para 17%.