A tendência de recuperação da produção industrial tem contribuído para que as fábricas atinjam um patamar 0,7% superior ao período pré-pandemia, apesar de ainda estarem 16,3% abaixo do maior nível já registrado em maio de 2011.
Apesar do resultado positivo no fechamento do ano, apenas nove dos 25 ramos pesquisados apresentaram crescimento na produção. As indústrias extrativas, de produtos derivados de petróleo e biocombustíveis e produtos alimentícios foram os principais destaques positivos, enquanto setores como veículos automotores, produtos químicos e equipamentos de informática e produtos eletrônicos registraram indicadores negativos.
De acordo com o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, o ano de 2023 foi marcado por dois períodos distintos para a indústria brasileira. O primeiro semestre registrou uma queda de 0,3%, enquanto o segundo semestre apresentou um crescimento de 0,5% na produção industrial.
Macedo observa que o acumulado do ano, que ficou negativo em grande parte de 2023, passou para o campo positivo nos últimos meses, com cinco meses consecutivos de taxas positivas culminando com a expansão de 1,1% em dezembro.
Ele atribui o desempenho da indústria a fatores como o comportamento positivo do mercado de trabalho, com aumento na massa de rendimentos e inflação controlada, especialmente no segmento de produtos alimentícios. Além disso, destaca a contribuição positiva das exportações, principalmente no que se refere às commodities, e o início da flexibilização na política monetária com a redução na taxa de juros ao longo do ano.
A taxa média de desemprego de 2023 foi a menor desde 2014, ficando em 7,8%, enquanto a inflação oficial encerrou o ano em 4,62%. O resultado da produção industrial, apesar de considerado praticamente estável, representa um crescimento tímido para o setor, que enfrentou oscilações ao longo do ano, mas encerrou com números positivos.
