Um dos principais motivos apontados para a queda na produção de caminhões e ônibus foi o aumento dos custos das novas tecnologias de controle de emissões, necessárias para atender a etapa P8 do Proconve, que entrou em vigor em janeiro de 2023. Isso acabou impactando negativamente o setor, resultando em uma queda de 37,5% na produção desses veículos.
Por outro lado, as vendas de veículos novos registraram um crescimento de 11,2% em 2023, totalizando 2,18 milhões de unidades emplacadas, um aumento significativo em comparação com o mesmo período do ano anterior. Incluindo caminhões e ônibus, os emplacamentos de autoveículos chegaram a 2.309 mil unidades, representando um aumento de 9,7% em relação a 2022.
De acordo com a Anfavea, a média diária de emplacamentos apresentou um crescimento consistente ao longo de 2023, atingindo o melhor resultado dos últimos quatro anos, com uma média de 12,4 mil unidades/dia em dezembro. Esse desempenho foi impulsionado principalmente pelas compras realizadas por locadoras, que adquiriram 75 mil unidades, 30 mil a mais do que a média do ano anterior.
No entanto, as exportações tiveram uma queda de 16% ao longo de 2023, com 403,9 mil unidades comercializadas no mercado externo. Argentina, Chile e Colômbia foram os países que mais contribuíram para essa redução, registrando queda nas vendas de veículos brasileiros.
Para 2024, a Anfavea estima um crescimento de 6,1% nas vendas, totalizando 2.45 milhões de unidades, além de um aumento de 6,2% na produção, atingindo 2.47 milhões de veículos. As exportações também devem ter um leve aumento, com uma estimativa de 0,7% a mais em relação a 2023, totalizando 407 mil unidades.
O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, destacou a expectativa de um ano positivo para o setor automotivo brasileiro, citando a publicação da Medida Provisória nº 1.205, que instituiu o Programa Mover. Ele ressaltou a importância dessa política industrial moderna e inteligente, que visa garantir previsibilidade para a cadeia automotiva do país, privilegiando também as novas tecnologias de descarbonização e os investimentos em pesquisa e desenvolvimento.