Com uma hora de atraso, a reunião teve início por volta das 18h30 e terminou cerca de uma hora depois. O encontro foi iniciativa de Campos Neto e mediado por Haddad, que tem se reunido com o presidente do BC a cada 45 dias, em média.
Haddad qualificou a conversa como sendo de alto nível e ressaltou que o objetivo foi construir relações. O ministro afirmou que foi um encontro institucional, de construção de relação e pactuação em torno de conversas periódicas.
Questionado sobre a possibilidade de terem discutido sobre os juros básicos da economia, que foram alvo de críticas públicas de Lula a Campos Neto no início do ano, Haddad desconversou e afirmou que os dois não trataram de tópicos específicos. No entanto, ressaltou que o presidente Lula deixou claro o respeito que tem pela instituição do Banco Central, e que a reciprocidade foi muito boa por parte de Campos Neto.
No começo do ano, Lula e Campos Neto tiveram uma relação tensa, com o presidente criticando a demora do Banco Central em reduzir a Taxa Selic, que ficou em 13,75% ao ano entre agosto de 2022 e agosto deste ano, e atualmente está em 12,75%. Em junho, Lula chegou a classificar o nível dos juros como “irracional”.
Recentemente, durante um evento em Fortaleza, Lula declarou que iria “continuar brigando” para que os juros diminuíssem, enfatizando que ainda estão altos.
O encontro entre Lula e Campos Neto trouxe expectativas sobre uma possível mudança na postura do presidente em relação ao Banco Central e à condução da política monetária. A reunião ocorreu em um momento de forte pressão inflacionária e de aumento dos juros, com o objetivo de que o governo e o BC alinhem suas estratégias para enfrentar os desafios econômicos do país.
A partir de agora, com as reuniões periódicas entre Lula e Campos Neto, espera-se que haja um diálogo mais próximo e construtivo entre o presidente e o presidente do Banco Central, visando a estabilidade econômica e o controle da inflação. Resta aguardar os desdobramentos dessa relação e as medidas que serão adotadas pelo governo para enfrentar os desafios econômicos que se apresentam.