Além disso, a pesquisa também apontou que a proporção de famílias endividadas, mas não necessariamente inadimplentes, também apresentou uma queda, alcançando 77,9% em fevereiro, contra 78,1% em janeiro. Na comparação anual, houve uma redução ainda maior, em relação aos 78,3% registrados em fevereiro de 2023.
A CNC destacou que a redução na proporção de endividados foi liderada pelas mulheres. Enquanto os homens mantiveram uma taxa de 77,2%, as mulheres reduziram esse indicador de 79,5% para 78,8%. O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, avaliou esse cenário como positivo, indicando uma melhora no planejamento financeiro e orçamento das famílias lideradas por mulheres.
Para o economista, o crédito funciona como um incentivador do consumo, sendo uma renda adicional que pode ser utilizada pela população. No entanto, ele ressalta que é necessário atenção quando as famílias não conseguem pagar suas dívidas, destacando que o alto endividamento pode ter um viés negativo.
As projeções da CNC indicam que o nível de endividamento deve aumentar nos próximos meses, chegando a 79,9% em dezembro de 2024. Já a proporção de famílias inadimplentes deve manter a trajetória de queda, encerrando o ano em 27,3%.
A pesquisa também apontou que a modalidade de dívida mais comum entre as famílias é o cartão de crédito (86,9%), seguido por carnês (15,8%), crédito pessoal (9,9%), financiamento da casa (8,7%) e do carro (8,6%) e crédito consignado (6%). O tempo médio de comprometimento do orçamento é de sete meses, e o de atraso é de 63,6 dias, com 30,4% da renda das famílias comprometidas com dívidas em fevereiro. A pesquisa foi realizada com 18 mil consumidores de todos os estados e do Distrito Federal.